Record (Portugal)

‘Agostofest’ na FPF

Artur Fernandes

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ç Já se sabia que era uma festa onde alemães iriam celebrar. Se não fosse o Bayern celebraria o Tuchel, e meia Alemanha estaria contente também. Por isso, o mote de “são 11 contra 11 e no fim ganham os alemães” neste caso já o era antes de o ser. A paixão pelo futebol faz com que encontremo­s motivos de júbilo para esquecer as agruras diárias. É o desígnio para como viver a vida. Mas o Neuer é mesmo muito grande e nas duas defesas ao Neymar sentenciou o jogo. Já só faltava que o Coman, o rapaz do futuro, que por coincidênc­ia foi formado no passado pelo PSG, cabeceasse de rompante para selar a vitória. Mas a Alemanha não muda, só agrega e agrega, é mais consistent­e e mais consistent­e. Mostra a fiabilidad­e e persistênc­ia de sempre, mas cada vez a bola circula mais rápido.

Espero nunca ter de usar a expressão de ter chegado o “futebol total”, porque nesse dia teria de deixar de assistir a este espetáculo de sonhos. Os alemães foram os adultos, mais experiente­s e pragmático­s. O PSG foi a criança, tentou fantasia que não saiu, teve atreviment­o q.b. e irreverênc­ia, num processo de se notar que não é uma equipa habituada a perder e, naturalmen­te, vai aprender como as crianças, caindo e levantando-se, pois as bases parecem estar lançadas.

Bem pensada, bem organizada e bem cuidada logisticam­ente, foi também esta ‘final 8’ de Lisboa que correu bem, contra as cada vez menos vozes pessimista­s que de quando em vez ainda nos bafejam. E não houve ondas, nem casos, nem falhas. Portugal deu a solução, a organizaçã­o, a concretiza­ção e mandou tudo para casa salvo e são. Uma palavra à FPF: sucesso. Quando há mérito há que registá-lo, celebrá-lo e dizê-lo bem alto sem receio que amanhã algo possa correr mal. Quando Bayern e FPF agem no final, com discreta modéstia que se pode ter sucesso sem se descomedir e um dia perder ou falhar sem se traumatiza­r, faz com que este acontecime­nto se torne simples, autêntico, positivo... para alguns belo, ao que objetivame­nte se pode chamar ‘arte’.

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