Record (Portugal)

“Aeroporto de Tempelhof foi o palco perfeito!”

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ç Como é que explica a quem não está por dentro da modalidade o que é o ‘attack mode’ e o ‘fan boost’?

AFC – A Fórmula E tem inovado e isso são duas das coisas que se destacam. O fan boost é uma votação que decorre durante a semana da corrida e cada pessoa pode votar uma vez por dia no piloto preferido. Os cinco mais votados têm na corrida, durante seis segundos, um boost de energia que podem utilizar quando quiserem. Ajuda a concretiza­r uma ultrapassa­gem, a defender uma posição ou até a abrir uma distância que permita ir ao attack mode. Dá uma grande envolvênci­a aos fãs, que sentem que fazem parte dos nossos resultados.

+ E o attack mode...

AFC – Para utilizá-lo temos de passar num local específico da pista e pisar três loops. Ao fazê-lo ganhamos quatro minutos de potência extra, o que significa que durante esse tempo temos mais potência do que os carros à nossa volta, que não estão com o attack mode ativo. Há ali uma grande estratégia! Se estamos atrás de um piloto e queremos fazer uma ultrapassa­gem podemos ir ao attack mode, mas, obviamente, perdemos tempo em ir lá. Mas durante esses quatro minutos estamos a ganhar tempo. É quase como as paragens na Fórmula 1 para trocar de pneus. São dois fatores muito interessan­tes nesta inovação e abrem uma estratégia grande. Obriga os pilotos a pensar muito e a decidir no momento certo e torna as coisas muito mais divertidas!

+ Os pilotos gostam dessas inovações?

AFC – Sim! Somos muito a favor da inovação e de coisas diferentes. Nestes desportos andamos sempre às voltas no mesmo circuito e quanto mais coisas novas forem introduzid­as melhor, pois desperta mais interesse.

+ Nem todos os desportist­as podem dizer que se sagraram campeões do Mundo num aeroporto...

AFC – É verdade! Foi essa a forma que a Fórmula E encontrou para acabar o campeonato. Como as corridas se realizam em cidades ou em circuitos citadinos ia ser muito complicado ‘fechar’ seis cidades num momento como este que estamos a viver. Assim, o Aeroporto de Tempelhof, muito antigo, da alturas da II Guerra Mundial, foi o palco perfeito.

+ Não se cansou de correr tantos dias na mesma pista?

AFC – Não, porque houve muita flexibilid­ade para mudar o circuito. A cada dois dias era alterado e foi quase como se fossem três provas isoladas. Mas pronto, tivemos de estar no mesmo hotel durante 12 dias, a comer a mesma comida, a ver as mesmas pessoas... Foi uma rotina e houve um fator psicológic­o que complicou as coisas. Mas fomos preparados e, felizmente, correu bem para o nosso lado.

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“A FÓRMULA E TEM INOVADO

E O ATTACK MODE E O FAN BOOST DESTACAM-SE. [...] TORNAM AS COISAS MAIS DIVERTIDAS”

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