Sinal dos tempos...

O Mundo está a mudar e a Electronic Arts segue as tendências no universo do popular ‘The Sims 4’

Há alguns anos que os ‘simmers’ negros clamam por uma melhor representação no popular ‘The Sims 4’, simulador da Electronic Arts. Numa altura em que o Mundo enfrenta clivagens tremendas e onde o racismo surge como pano de fundo para uma séries de convulsões sociais, a empresa responsável pelo videojogo começa a dar sinais de que vai mudar o paradigma e prestar mais atenção a todas estas importantes questões.

Em causa está, por exemplo, a falta de tons de pele e penteados diferenciados para Sims de raça negra. “Temos ouvido as alegações e temos estado muito atentos a tudo o que tem sido dito relativamente a esse assunto. E assumimos que não temos feito o suficiente para oferecer uma quantidade aceitável de tons de pele e penteados para os Sims. É certo que fizemos adições e incrementos interessantes no passado, mas temos a obrigação de fazer mais e melhor”, revelou Lyndsay Pearson, produtora executiva da EA.

Parece um tema pouco relevante mas a verdade é que, pelo contrário, está a provocar tremenda celeuma e debate social, especialmente os Estados Unidos. Ebonix, uma das mais populares ‘modders’ do jogo, foi uma das vozes mais ativas nesta fase, destacando sem reservas que a diversidade racial nos videojogos é algo a ter em atenção e indicando que todos têm de fazer um esforço extra parar tornar o ambiente do Gaming mais inclusivo. “Existem sempre mais opções de costumização para Sims brancos do que para negros ou asiáticos. É um detalhe que há uns anos ninguém iria comentar, porque parecia ridículo, mas agora entendemos que é precisamente por essa cultura de silêncio que atualmente vivemos os problemas que vivemos. Há formas de inverter esta tendência e este é o momento para efetivar essas alterações tão relevantes”, revelou em entrevista com Atomic Mari. Neste momento, mais de 85 mil pessoas assinaram uma petição para exigir à Electronic Arts mais tons de pele e texturas, assim como penteados africanos e artefactos relacionados com a cultura negra. Um tema muito atual e que ainda fará correr muita tinta também em outros jogos. Falamos de títulos em que a narrativa revela estereótipos raciais, desprezo pelas mulheres ou até homofobia. Questões prementes e que continuarão a ser debatidas nos mais diversos fóruns, uma vez que depois das estátuas derrubadas, as séries televisivas e filmes ‘apagados’, começarão a ser os videojogos os produtos culturais mais escrutinados e, inevitavelmente, surgirão muitas mudanças.

TONS DE PELE ‘REMASTERIZADOS’ E MUITAS OUTRAS MUDANÇAS QUE VISAM DEIXAR PRECONCEITO BEM AFASTADO DO SIMULADOR