É A VOZ DA AMBIÇÃO DE PORTUGAL
O central é um dos esteios da seleção campeã europeia com apenas 23 anos, esteve na última conquistaq em 2019 e,, apesarp de não assumir o favoritismo,, garantee que Portugal deve pensar na vitória na prova que arranca sábado
Estreou- se poucos dias depois de fazer 21 anos. Alguma vez imaginou chegar a esse nível tãoo cedo?
RÚBEN DIAS – Nunca foi uma a questão de me imaginar a chegar r a este nível. Sempre quis estar no o topo. Quero e hei de continuar a querer. Era uma questão de, as- sim que acontecesse, estar pron- to. Tracei o objetivo e mostrei- -me quando a oportunidade che- gou.
Este é um arranque diferente e de outros anos. No seu caso, teve e cerca de uma semana de descan- so para se preparar. Há prepara- ção possível para esta situação?
RD – Tem sido tudo atípico. A própria chamada à Seleção é numa altura atípica. Os timings foram diferentes. As próprias fé- rias acabaram por ser mais cur- tas. Apesar dos timings e das fé- rias curtas, isto permitiu ter mais s tempo para nos prepararmos. A chamada à Seleção permite-nos estar já numa forma física mais aceitável para podermos jogar estes dois jogos difíceis. Desse e ponto de vista, acho que nos esta- mos a preparar tudo da melhor forma.
Como vai apresentar-se a Seleção nestes dois jogos, com Croácia e Suécia?
RD – Como sempre: com uma mentalidade forte, de quem quer ganhar. Provavelmente, nem todos os jogos terão o tempo ideal de preparação para estarmos a um nível alto. É um daqueles adversários com os quais vamos ter de batalhar. Tal como nós, as outras seleções acabam por estar em situação semelhante. Temos de colocar o mais rapidamente possível o chip da Seleção. Há uma competição [Liga das Nações] para disputar e para ganhar.
Se juntarmos França, campeã do Mundo, à equação, é mesmo o grupo da morte?
RD – É um grupo difícil. Tal como na preparação que temos de ter em relação aos adversários que vamos defrontar, também eles têm de ter o mesmo foco perante nós. Isso é bom. Para o espetáculo ,não pode haver melhor do que jogos entre grandes seleções. A nós, cabe-nos estar preparados o melhor possível e estar fortes para, quando chegar à altura, tentar proporcionar um bom espetáculo e tentar ganhar.
Os equipamentos da Seleção voltam a apostar numa linha habitual, com o vermelho e o branco a prevalecerem. É algo que o apaixona?
RD – Sou suspeito. São equipamentos muito bem conseguidos. Destaco aquilo que vai para além do que se vê e que é a leveza. Para nós é sempre um fator que faz a diferença. Além disso, foram feitos a partir de garrafas de plástico. Acho que tem um significado especial nos dias de hoje. Queria dar esse feedback em relação à Nike, que teve a capacidade para fazê-lo bem feito.
Como analisa esta convocatória, com alguns jogadores de férias, outros em pré-época e alguns já em competição?
RD – Não vai ser um contexto fácil. Também aí, nomeadamente para o staff técnico, terá de haver cuidado com alguns jogadores. Uns iniciaram a preparação em determinado período, enquanto outros já tinham começado a trabalhar há mais tempo. Isso faz parte do processo e a nós, jogadores, cabe-nos estar prontos, apesar destas condicionantes.
“GRUPO DA MORTE? NÃO PODE HAVER MELHOR PARA O ESPETÁCULO DO QUE JOGOS ENTRE GRANDES SELEÇÕES”
Que objetivos tem Portugal para a Liga das Nações?
RD – É uma competição muito exigente, onde há seleções muito fortes. Como é óbvio, o nosso objetivo em qualquer competição – faz parte da nossa identidade – é ganhar. Agora, acho que o míster Fernando Santos tem uma visão real daquilo que é a competição. Todos sabemos que existem vários candidatos fortes e nós somos um deles. Na nossa cabeça está aquilo que é o nosso trabalho e não o trabalho dos outros. Há que ter o foco em sermos o melhor de nós quando estivermos em prova.
Pessoalmente, como se sente
neste arranque de temporada?
RD – Toda a pré-época é uma boa altura para recuperar níveis físicos e também para nos ligarmos com a equipa. Agora, o Benfica mudou para um novo treinador e, com essa situação há um constante ligar e desligar de chip, ligando o do clube e desligando o da Seleção, e vice-versa. Acaba sempre por ser um momento importante para nós, em termos de interação com os nossos colegas. Agora vai ser o espaço de Seleção, um lugar onde já estávamos há muito tempo sem qualquer chamada.
Neste momento é o único representante do Benfica. É uma grande responsabilidade representar o clube na Seleção?
RD – Não diria responsabilidade acrescida. É a mesma que se tivesse colegas meus também convocados. Não existe nada extra, nada menos ou mais. A responsabilidade é máxima porque estou a representar a Seleção.
Sente-se já um pilar da Seleção, com apenas 23 anos?
RD – Não, nada disso. Essa questão de ser um pilar da Seleção não me diz nada. Vejo as coisas convocatória a convocatória, jogo a jogo. Penso pouco naquilo que fiz até ao momento. Isso não me vale de nada. Chega uma nova convocatória e uma nova oportunidade de poder fazer parte dos treinos, do trabalho diário. Mais tarde, veremos se também do jogo... se tivermos a confiança do míster.
Dispor de mais um ano para preparar o próximo Europeu é vantajoso?
RD – Acaba por ser uma questão de ‘ses’. Se tivesse sido esta época, talvez alguns jogadores estivessem mais bem preparados. Não sabemos...
O que sentiu quando viu Portugal erguer o troféu em Paris, em 2016? Quer viver isso dentro de campo?
RD – Senti o mesmo que a maioria dos portugueses. Estando dentro do campo, é claro que esses jogadores viveram essa emoção mais intensamente. É justíssimo dizer que senti o mesmo que todos os milhões que vibraram após a vitória. Na altura, vi ainda a final como adepto.
Já ganhou uma Liga das Nações, mas imagina-se a ganhar o Europeu ou um Mundial? É um dos objetivos que traçou para a sua carreira?
RD – Tudo o que englobe ganhar, acaba por ser sempre um objetivo de carreira.
“PILAR DA SELEÇÃO? NÃO ME DIZ NADA. PENSO POUCO NAQUILO QUE FAÇO NO MOMENTO
JÁ QUE DE NADA ME VALE”
“SER CAMPEÃO MUNDIAL? TUDO O QUE ENGLOBE GANHAR É SEMPRE UM OBJETIVO DE CARREIRA”