As razões por que apoio RGS
ç Em vésperas de eleições para a presidência do Benfica, porventura as mais importantes desde que Vilarinho derrotou Vale e Azevedo, os benfiquistas são confrontados entre o Projeto de LFV e um ou vários projetos alternativos.
Depois de cerca de 17 anos de mandato presidencial, com inequívocos sucessos financeiros e desportivos numa primeira fase que durou sensivelmente até à queda do BES – que muito apoiou na reconstrução de um Benfica depauperado pela gestão de Vale e Azevedo –, os últimos anos de LFV foram caracterizados por um notório declínio desportivo que culminou esta época num total desastre.
Instado pela pressão de obtenção de urgentes resultados, LFV inverteu todas as políticas seguidas nestes últimos anos, nomeadamente a aposta no alfobre do Seixal, optando por recontratar Jesus, que exige jogadores de qualidade para substituir uma equipa que claramente não estava ao nível das exigências da história ganhadora do clube.
Em época de incertezas macroeconómicas, LFV faz investimentos avultados, claramente em contraciclo económico, notoriamente para ganhar créditos junto dos sócios, ou seja, para ganhar eleições. As apostas que deveriam ter sido feitas nestes anos em que as receitas do futebol profissional eram previsíveis, inclusive para marcar a diferença junto dos rivais que enfrentam desde há anos graves problemas económicos e de liquidez, surgem agora, desfasadas no tempo e na realidade que nos rodeia.
Em suma, na minha opinião, o mandato de LFV chegou ao fim. Desgastado pelos resultados, urge rejuvenescer o clube/SAD, trazer novas ideias, alicerçadas num benfiquismo militante, num amor ao clube/SAD que perpasse todo o universo benfiquista.
Alguém que, sentindo o Benfica e sócio desde que nasceu, possa trazer a paixão que nutre pelo Benfica a todos os sócios.
Alguém que olhe os sócios enquanto tal e não como “clientes” de uma marca poderosa. Alguém que conheça por dentro as Casas do Benfica e as olhe como motor de benfiquismo e não como centros de faturação.
Alguém que tendo praticado uma modalidade amadora (hóquei em patins) pelo clube, puxe pelas amadoras e, como presidente, assista aos jogos com frequência. Alguém que lute pelas vitórias desportivas e sofra com as derrotas.
Alguém que perceba minimamente o futebol para, de forma coerente, investir por forma a voltarmos à hegemonia do futebol português.
Alguém que defenda sempre o interesse do Benfica sem olhar aos desejos de colocação de jogadores por empresários ditos “amigos” como se o negócio destes não fosse exclusivamente a compra e venda de jogadores.
Alguém que conheça profundamente os meandros bem complicados do futebol profissional para o Benfica não perder tempo com aprendizagens que normalmente significam derrotas.
Alguém que tenha ambições europeias e procure dotar a equipa principal de futebol de jogadores que sejam mais-valias internacionais, em detrimento do negócio da compra e venda de jogadores que tanto lesaram a imagem internacional do Benfica nestes anos recentes.
Alguém que pugne pelo futebol feminino, onde iremos tentar a hegemonia e indiscutivelmente poderemos ter uma palavra a dizer nos torneios internacionais. Alguém que não tenha uma linguagem tecnocrática muito dirigida a elites, porque o Benfica é e será sempre um clube popular. Por isso, esse alguém em que irei votar será Rui Gomes da Silva!