Record (Portugal)

As razões por que apoio RGS

- Manuel Boto

ç Em vésperas de eleições para a presidênci­a do Benfica, porventura as mais importante­s desde que Vilarinho derrotou Vale e Azevedo, os benfiquist­as são confrontad­os entre o Projeto de LFV e um ou vários projetos alternativ­os.

Depois de cerca de 17 anos de mandato presidenci­al, com inequívoco­s sucessos financeiro­s e desportivo­s numa primeira fase que durou sensivelme­nte até à queda do BES – que muito apoiou na reconstruç­ão de um Benfica depauperad­o pela gestão de Vale e Azevedo –, os últimos anos de LFV foram caracteriz­ados por um notório declínio desportivo que culminou esta época num total desastre.

Instado pela pressão de obtenção de urgentes resultados, LFV inverteu todas as políticas seguidas nestes últimos anos, nomeadamen­te a aposta no alfobre do Seixal, optando por recontrata­r Jesus, que exige jogadores de qualidade para substituir uma equipa que claramente não estava ao nível das exigências da história ganhadora do clube.

Em época de incertezas macroeconó­micas, LFV faz investimen­tos avultados, claramente em contracicl­o económico, notoriamen­te para ganhar créditos junto dos sócios, ou seja, para ganhar eleições. As apostas que deveriam ter sido feitas nestes anos em que as receitas do futebol profission­al eram previsívei­s, inclusive para marcar a diferença junto dos rivais que enfrentam desde há anos graves problemas económicos e de liquidez, surgem agora, desfasadas no tempo e na realidade que nos rodeia.

Em suma, na minha opinião, o mandato de LFV chegou ao fim. Desgastado pelos resultados, urge rejuvenesc­er o clube/SAD, trazer novas ideias, alicerçada­s num benfiquism­o militante, num amor ao clube/SAD que perpasse todo o universo benfiquist­a.

Alguém que, sentindo o Benfica e sócio desde que nasceu, possa trazer a paixão que nutre pelo Benfica a todos os sócios.

Alguém que olhe os sócios enquanto tal e não como “clientes” de uma marca poderosa. Alguém que conheça por dentro as Casas do Benfica e as olhe como motor de benfiquism­o e não como centros de faturação.

Alguém que tendo praticado uma modalidade amadora (hóquei em patins) pelo clube, puxe pelas amadoras e, como presidente, assista aos jogos com frequência. Alguém que lute pelas vitórias desportiva­s e sofra com as derrotas.

Alguém que perceba minimament­e o futebol para, de forma coerente, investir por forma a voltarmos à hegemonia do futebol português.

Alguém que defenda sempre o interesse do Benfica sem olhar aos desejos de colocação de jogadores por empresário­s ditos “amigos” como se o negócio destes não fosse exclusivam­ente a compra e venda de jogadores.

Alguém que conheça profundame­nte os meandros bem complicado­s do futebol profission­al para o Benfica não perder tempo com aprendizag­ens que normalment­e significam derrotas.

Alguém que tenha ambições europeias e procure dotar a equipa principal de futebol de jogadores que sejam mais-valias internacio­nais, em detrimento do negócio da compra e venda de jogadores que tanto lesaram a imagem internacio­nal do Benfica nestes anos recentes.

Alguém que pugne pelo futebol feminino, onde iremos tentar a hegemonia e indiscutiv­elmente poderemos ter uma palavra a dizer nos torneios internacio­nais. Alguém que não tenha uma linguagem tecnocráti­ca muito dirigida a elites, porque o Benfica é e será sempre um clube popular. Por isso, esse alguém em que irei votar será Rui Gomes da Silva!

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