Esperar para ver
Pedro Proença, e toda a Liga, tem razão quando pede o público de volta ao futebol – algum dia isso terá de acontecer. Mas a intenção de começar já testes nos jogos particulares levou um banho de água gelada com a rápida resposta da Direção-Geral da Saúde: para já, não. Uma decisão que, a médio prazo, poderá até ser benéfica para a Liga.
O futebol aponta os exemplos das touradas, dos concertos, da Festa do Avante e dos espetáculos de Bruno Nogueira para exigir um tratamento semelhante. Quando há diferenças óbvias – que, aliás, fazem do futebol algo único (e fantástico) num contexto social. Mesmo que os adeptos estejam separados por duas cadeiras, quem consegue garantir o afastamento social após um golo no último minuto ou uma discussão mais calorosa a propósito de uma decisão de um árbitro ou treinador? Não há conhecimento de uma bandarilha bem espetada no último toiro que tenha motivado abraços entre desconhecidos...
O pior que podia acontecer ao futebol era dar passos maiores do que a perna. Sabendo que o País vai viver tempos de provação nas próximas semanas com o regresso às aulas, o melhor mesmo é esperar para ver. A preocupação de todos é retomar alguma normalidade nas nossas vidas e, antes de ir ao futebol, todos queremos levar os nossos filhos à escola em segurança.