Record (Portugal)

ZAIDU EMERGIU NAS MARGENS DO TUA

É em Mirandela que o lateral tem as suas raízes nacionais. Amigos e histórias não faltam

- PAULO SILVA REIS

RESPONSÁVE­IS ASSUMEM TEREM FICADO SURPREENDI­DOS COM O POTENCIAL DO JOVEM DE 19 ANOS QUE RECEBERAM

Não é português de nascença, mas o nigeriano Zaidu, reforço do FC Porto para esta temporada, é sem dúvida transmonta­no de coração. O lateral-esquerdo, de 23 anos, foi contratado pelos dragões ao Santa Clara, que represento­u na época transata, e a porta de entrada em Portugal até surgiu em Barcelos, em 2016. Mas foi no Mirandela, da Série A do Campeonato de Portugal, que Zaidu criou raízes no nosso país durante três temporadas consecutiv­as, as duas primeiras (2016/17 e 2017/18) por empréstimo dos galos, a seguinte (2018/19) já como jogador dos alvinegros. Record foi atrás das mais interessan­tes histórias dos três anos passados por Zaidu naquela cidade transmonta­na e encontrou sobretudo os amigos de um homem que, diz quem o conhece, merece tudo o que de bom lhe tem acontecido. Quando nos sentámos, bem cedo pela manhã, no Parque Dr. José Gomes, junto à praia fluvial de Mirandela, tínhamos encontro marcado com Carlos Correia, presidente do clube, e Lino, antigo defesa-esquerdo que jogou no Chaves, Sp. Braga e FC Porto. Mas o destino havia de nos mostrar um inusitado treino que, não fosse a evolução registada por Zaidu, poderia estar muito bem a ser cumprido pelo canhoto. Nas margens do Tua, o plantel do Mirandela exercitava-se dentro de água, com os jogadores em tronco nu a receberem ordens técnicas desde a margem. Um treino tradiciona­l nas pré-épocas do clube, que Zaidu também conhece bem. “Logo quando chegou deu-nos excelentes indicações e foi logo o melhor atleta em tudo quanto eram testes físicos”, recorda Carlos Correia, à altura elemento do departamen­to de futebol, sobre um canhoto então com 19 anos. Como bom anfitrião, o presidente convidou-nos a visitar o já velhinho Estádio São Sebastião e foi já dentro de campo que avaliou o jogador, antes do homem. “O Zaidu sempre se revelou um jogador muito rápido.

Notava-se que era um atleta com grande margem de progressão e que, já na altura, tinha futebol para chegar mais longe”, refere, sem receio da imprevisib­ilidade que um salto na carreira como aquele que o lateral deu neste verão acarreta.

Lino, responsáve­l pela chegada de Zaidu a Mirandela através da ligação que tinha com o Gil Vicente dos anos em que foi vice-presidente do clube, não esconde que, no início, ficou “surpreendi­do”. “Vimos que

havia potencial. Muito forte fisicament­e, muito rápido, muito forte no jogo aéreo. Vimos logo que estávamos na presença de alguém que mais tarde poderia vir a dar frutos. Foi-lhe dada a oportunida­de de jogar, que é o que um miúdo no primeiro ano de sénior precisa. Mas notou-se que ele tinha mais qualquer coisa”, confidenci­ou.

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 ??  ?? TRADIÇÃO. Zaidu, à esquerda, então ao serviço do Mirandela, também se exercitou no rio Tua durante a pré-época, tal como os atuais elementos do plantel
TRADIÇÃO. Zaidu, à esquerda, então ao serviço do Mirandela, também se exercitou no rio Tua durante a pré-época, tal como os atuais elementos do plantel
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