Preparar o regresso da melhor forma
Centro de treinos acompanha os jogadores durante a pré-época e ao longo da temporada
A vontade dos jogadores em chegar ao início da pré-época nos clubes já em boa forma física faz com que a procura por centros de treino especializados seja uma realidade cada vez mais comum. Foi precisamente no sentido de dar resposta a essa necessidade que Duarte Nuno e João Costa decidiram fundar o Prime Performance Lab, projeto criado em Vila Nova de Famalicão. “Iniciámos, há cerca de três anos, o Prime Fit Studio, que tinha como base de atuação o treino e o acompanhamento nutricional. Com o passar do tempo fomos percebendo que havia vários jogadores desta zona que precisavam da nossa ajuda e criámos o Prime Performance Lab, que se centra mais no acompanhamento de atletas. No primeiro ano tivemos cerca de dez atletas, no ano passado foram 33 e este ano chegámos aos 70 atletas de várias faixas etárias”, começa por explicar Duarte Nuno. Apesar de serem acompanhados jogadores de várias modalidades, os futebolistas acabam por ser quem mais procura os serviços do Prime Performance Lab, seja na pré-época ou ao longo da competição, tal como refere João Costa: “Durante a temporada tentamos fazer mais um trabalho de recuperação e de manutenção das capacidades físicas. Fazemos várias avaliações e conseguimos perceber quando é que há défices que temos de tentar recuperar. Por seu lado, durante a pré-época tentamos perceber que debilidades físicas e técnicas têm os atletas e procuramos corrigi-las.”
O projeto tem uma parceria com o GD Louro no sentido de utilizar as instalações do clube para as atividades de campo, no entanto, a ligação com a generalidade dos clubes nem sempre é feita da melhor forma. “Alguns clubes já começam a ter abertura em relação a este tipo de trabalhos, mas o processo de comunicação ainda é difícil. Apesar disso, é precisar notar que é importante para um atleta treinar com pessoas da sua confiança”, salienta Duarte Nuno, dando depois um exemplo concreto: “O Talocha treina connosco há três anos e foi agora para um clube novo. Se o clube lhe tivesse dito que não podia trabalhar connosco, isso poderia trazer consequências negativas para o jogador.” Mesmo com todos os constrangimentos, a dupla não coloca de parte a possibilidade de serem criadas ligações com clubes. “Seria interessante fazermos parcerias com alguns clubes, poderia era ser complicado se nos restringíssemos a um só, já que trabalhamos com vários atletas”, diz João Costa. Num projeto que tem vindo a crescer de ano para ano, quais são os objetivos para o futuro? Para Duarte Nuno, a resposta passa pela “evolução constante”: “Queremos consolidar o nosso nome e ser vistos como uma referência no treino das capacidades físicas dos atletas. Queremos ainda aumentar o nosso espaço, continuar a investir em máquinas e continuar a apostar na formação da equipa”, que conta ainda com os colaboradores Carlos Vilaça, Rafael Peixoto e Tiago Silva.
Pandemia aumentou procura
Se a crise pandémica afetou de forma vincada toda a sociedade, Duarte Nuno não esconde que a situação acabou por trazer alguns benefícios para o projeto. “Para além de termos feito o acompanhamento online durante o confinamento, assim que foi permitido começamos a fazer o trabalho de campo em grupos de oito. Pudemos dar uma resposta aos atletas que os clubes ainda não podiam dar. O interesse de atletas de várias modalidades cresceu nessa fase”, rematou.
*
PARA ALÉM DE GINÁSIO, É TAMBÉM FEITO TRABALHO DE CAMPO, TENDO O PROJETO UMA PARCERIA COM O GD LOURO