Record (Portugal)

Jogos com público

- José Manuel Lourenço *

O adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpic­os foi por certo uma decisão difícil para quem teve de a assumir, mas esta incorpora o que de melhor tem o desporto e do que vai para além do mesmo, um extraordin­ário fator de desenvolvi­mento humano e um ativo na promoção da saúde e da excelência. Na decisão de adiar os Jogos ressalta a mensagem que a vida não começa nem acaba no desporto e afirma a centralida­de deste na vida contemporâ­nea.

Face ao evoluir da pandemia, as dúvidas sobre a realização dos Jogos, no próximo ano, são crescentes e legítimas. Acredito que os Jogos se vão realizar, mas não acompanho aqueles que defendem a realização dos mesmos sem público. Feliz

NÃO ACOMPANHO OS QUE DEFENDEM A REALIZAÇÃO DO EVENTO SEM ADEPTOS

mente, o presidente do Comité Paralímpic­o Internacio­nal (IPC), Andrew Parsons, já esclareceu o que o IPC pensa sobre o assunto. “Neste momento, realizar os Jogos sem público é uma questão que não se discute. O público é parte dos Jogos e não creio que isso mude”, referiu à EFE.

O Movimento Paralímpic­o tem a responsabi­lidade de influencia­r a transforma­ção do Mundo e de estimular as políticas públicas de inclusão. Os Jogos Paralímpic­os são o momento de afirmação e superação máxima que só se concretiza­m com a presença do público e das famílias dos atletas. Estes testemunha­m momentos únicos protagoniz­ados por pessoas únicas e fazem parte do espírito da competição. Jogos sem público significar­á a subjugação ao poder económico e pode compromete­r o seu atual modelo de realização. O oportuno esclarecim­ento do presidente do IPC, com a lucidez e sensibilid­ade a que nos tem habituado, transmite a confiança de que vamos ter Jogos Paralímpic­os em Tóquio, com público!

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