Jogos com público
O adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos foi por certo uma decisão difícil para quem teve de a assumir, mas esta incorpora o que de melhor tem o desporto e do que vai para além do mesmo, um extraordinário fator de desenvolvimento humano e um ativo na promoção da saúde e da excelência. Na decisão de adiar os Jogos ressalta a mensagem que a vida não começa nem acaba no desporto e afirma a centralidade deste na vida contemporânea.
Face ao evoluir da pandemia, as dúvidas sobre a realização dos Jogos, no próximo ano, são crescentes e legítimas. Acredito que os Jogos se vão realizar, mas não acompanho aqueles que defendem a realização dos mesmos sem público. Feliz
NÃO ACOMPANHO OS QUE DEFENDEM A REALIZAÇÃO DO EVENTO SEM ADEPTOS
mente, o presidente do Comité Paralímpico Internacional (IPC), Andrew Parsons, já esclareceu o que o IPC pensa sobre o assunto. “Neste momento, realizar os Jogos sem público é uma questão que não se discute. O público é parte dos Jogos e não creio que isso mude”, referiu à EFE.
O Movimento Paralímpico tem a responsabilidade de influenciar a transformação do Mundo e de estimular as políticas públicas de inclusão. Os Jogos Paralímpicos são o momento de afirmação e superação máxima que só se concretizam com a presença do público e das famílias dos atletas. Estes testemunham momentos únicos protagonizados por pessoas únicas e fazem parte do espírito da competição. Jogos sem público significará a subjugação ao poder económico e pode comprometer o seu atual modelo de realização. O oportuno esclarecimento do presidente do IPC, com a lucidez e sensibilidade a que nos tem habituado, transmite a confiança de que vamos ter Jogos Paralímpicos em Tóquio, com público!