Record (Portugal)

Inglaterra aposta forte nos detalhes

Premier League volta depois de vários testes e reuniões entre as mais altas patentes do futebol e do governo. Adeptos ficam em casa mas terão oportunida­de de ver jogos na TV em sinal aberto

- JOÃO SEIXAS

Inglaterra é o berço do futebol e conta com aquele que é habitualme­nte definido como o campeonato mais competitiv­o da Europa. A Premier League 2020/21 regressa a 12 de setembro, apenas seis semanas após o final da longa temporada 2019/20, sendo que as autoridade­s que lideram o futebol inglês pretendem que a última jornada seja realizada a 23 de maio de 2021, a 19 dias do arranque do Campeonato da Europa. Um calendário competitiv­o que também será respeitado NO BERÇO DO FUTEBOL ATÉ O HISTÓRICO ‘BLACKOUT’ DOS ENCONTROS ÀS 15 HORAS DE SÁBADO FOI LEVANTADO nos restantes escalões profission­ais - Championsh­ip, League One e League Two.

Num país onde os números referentes a esta pandemia não são positivos, está já definido que os estádios não contarão com público nas bancadas. Contudo, os ruidosos adeptos ingleses não foram esquecidos e a Premier League chegou a acordo com o governo para que todos os jogos sejam television­ados. Uma estratégia que visa, de acordo com o documento emitido, “aliviar os efeitos do Covid-19 na população e prevenir a pirataria”. De resto, até o histórico ‘blackout’ televisivo de sábado às 15 horas, que vigora há décadas, será abolido. Há muitos anos que está proibida a transmissã­o de jogos no primeiro dia do fim de semana, pelas 15 horas, de forma a motivar as pessoas a irem aos estádios. Mas agora que tudo mudou, essa limitação foi levantada.

Os mais recentes dados revelados pela imprensa britânica realçam que em outubro o público poderá regressar aos recintos desportivo­s, cumprindo-se a regra de preencher apenas 25 por cento da capacidade dos mesmos. Sobre o rigor inglês importa ainda referir que de forma a evitar eventuais problemas como aqueles registados aquando do início da pandemia, os clubes foram convidados a decidir que plano de ação cumprir caso uma segunda vaga de Covid-19 surja durante a campanha futebolíst­ica 2020/21 e impeça a realização dos jogos, assim como os mecanismos que serão acionados para decidir a classifica­ção final.

Teste cumprido com sucesso

Nota de destaque para um teste realizado no passado fim de semana, precisamen­te no âmbito deste regresso à ação. O particular entre Brighton e Chelsea (1-1), contou com 2.500 adeptos, num recinto cuja lotação é de 30 mil pessoas. O Falmer Stadium foi o palco do ensaio, onde todos os procedimen­tos de segurança foram cumpridos, com uso de máscara e distanciam­ento social.

Clubes portuguese­s tentam...

Em Portugal os clubes da Liga têm seguido uma estratégia conjunta com o objetivo de fazer regressar os adeptos aos estádios. A Liga fez um pedido expresso à Direção-Geral da Saúde (DGS) para que o jogo de ontem, entre o Sp. Braga e o Valladolid, tivesse público no estádio. Os arsenalist­as apresentar­am um plano de contingênc­ia detalhado até ao mais ínfimo pormenor mas levaram uma ‘nega’ da DGS. De resto, Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, já havia realçado essa dificuldad­e: “O futebol terá de esperar porque há um grande desafio pela frente. Não há nenhum tabu nem preconceit­o com o futebol, mas temos de perceber o contexto em que estamos e ver como acontece a retoma das aulas, porque vai movimentar milhares de pessoas todos os dias.” Esta foi uma estratégia que o V Guimarães também adotou. Os vimaranens­es solicitara­m à DGS que os particular­es frente a Moreirense (dia 9) e Gil Vicente (ontem) tivessem público no D. Afonso Henriques, mas esse intento foi negado pela DGS.

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