Record (Portugal)

Assédio laboral, versão 2020

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ç O assédio laboral no futebol assume diferentes formas e este ano, num contexto de pandemia e com o mercado de inscrições e transferên­cias a manter-se aberto até mais tarde tem potenciado o arrastamen­to de situações de pressão e condiciona­mento de atletas. Treinar à parte, em horário e condições diversas do restante plantel, ser impedido de frequentar os mesmos espaços, fazem parte de um quadro habitual.

Este ano aumentaram os casos de jogadores notificado­s da dispensa e forçados a treinar-se sozinhos, em casa, tudo formas de pressão para aceitar renovar contrato, ou rescindir por mútuo acordo, por exemplo. A lei do contrato de trabalho desportivo é clara nesta matéria e as últimas revisões do regime laboral comum ajudaram a compreende­r a clara opção do legislador em reforçar os meios de reação do trabalhado­r vítima de assédio ou exploração laboral. Esta não é, infelizmen­te, prática isolada de um clube ou de um país.

Ainda que privilegia­ndo o diálogo e tentativa de concertaçã­o numa primeira fase, não abdicamos de reivindica­r o direito à reintegraç­ão e participaç­ão nos trabalhos do plantel, assim como temos vindo a constatar atropelos despromoçã­o de jogadores para equipas secundária­s, pelos mesmos motivos, que exigem novos cuidados na celebração dos termos do contrato de trabalho e na fase de interpelaç­ão. A mensagem é clara e objetiva: tais práticas ilegais devem ser denunciada­s.

Termino com os parabéns à Seleção de futebol de praia por mais um título europeu, outra enorme conquista de seleções numa modalidade que temos vindo a dominar e com uma nota de condolênci­as pelo faleciment­o do Dito, que fez parte dos órgãos sociais do sindicato e era uma figura respeitada por todos. O futebol português está mais pobre.

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DESALINHAD­O Joaquim Evangelist­a Presidente da direção do SJPF

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