Record (Portugal)

“Mercado fica à porta com o cão” SÉRGIO CONCEIÇÃO

Recuperou velha ideia para enaltecer foco do grupo e o trabalho feito na gestão das notícias que circulam diariament­e

- ANDRÉ GONÇALVES

ç No final do jogo com o Sp. Braga, Sérgio Conceição elogiou o “grande caráter” dos seus jogadores perante as notícias do mercado, partindo do exemplo de Alex Telles, que tem vindo a ser associado ao Manchester United. Ontem, na antevisão ao dérbi com o Boavista, o treinador do FC Porto voltou a não aprofundar as matérias relacionad­as com o mercado, recuperand­o até uma velha ideia... mas com um elemento novo. “Sobre aquilo que é o mercado, vocês sabem, tenho sempre uma frase e vou repetir. O mercado fica ali à porta, além do nosso cão que está à porta também. Não vou entrar por aí. Mais importante é falar do Boavista, um dérbi histórico em Portugal. Não vou falar de mercado”, atirou, quando confrontad­o com as várias alterações na frente de ataque dos portistas.

O técnico garante que este é um tema que não entra no centro de treinos, mas há outras formas de entrar na cabeça dos jogadores, atendendo à atual velocidade a que as informaçõe­s são difundidas pelos diversos meios. “Sou um treinador muito atento ao que se passa à volta do clube, principalm­ente da equipa profission­al. O mais difícil, por vezes, nem é treinar no campo, é gerir esse tipo de situações no balneário. Para isso é que me pagam, a mim e à equipa técnica, para incutir em cada dia que [os jogadores] passam no clube que o mais importante é exatamente o dia que estamos a viver. Não é fácil, porque existem as redes sociais, as pessoas que gravitam na vida de cada um dos jogadores. A 100 por cento não se consegue ser eficaz nesse sentido, mas também fazemos um trabalho muito interessan­te”, analisou.

Soares sentia o clube

Mas como não há regra sem exceção, o treinador acabou por comentar a saída de Soares para a China e os agradecime­ntos proferidas pelo brasileiro. “São palavras de quem não só tinha contrato, como também o sentia. É o que digo: para se jogar no FC Porto não basta ter contrato, é preciso sentir. O Tiquinho aprendeu que no FC Porto tem de se sentir o clube, a região, os adeptos, as pessoas que cá trabalham, o presidente, para perceber a mística que existe. Ele sai daqui melhor jogador, melhor homem e eu e o grupo – porque era muito querido no balneário – desejamos-lhe que tenha máximo sucesso.”

“O MAIS DIFÍCIL, POR VEZES, NEM É TREINAR NO CAMPO, É GERIR ESTE TIPO DE SITUAÇÕES NO BALNEÁRIO”

“O TIQUINHO [SOARES] APRENDEU QUE NO FC PORTO TEM DE SE SENTIR O CLUBE PARA PERCEBER A MÍSTICA”

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