Confiança cega ou alguma dose de loucura?

Luís Pedro Sousa

Ⓡ Este é um dos tais jogos em que é lícito dizer-se que o resultado, averbado pelo Benfica, foi pior do que a exibição?

Sim, invertendo o velho chavão... O resultado não expressa a superioridade do Benfica. O caudal ofensivo dos encarnados foi enorme e assistimos a uma autêntica chuva de golos falhados. O Benfica, pelo futebol produzido, merecia a goleada.

Ⓡ O Benfica, mesmo não goleando, esteve melhor do que em Famalicão?

... Menos na finalização. De qualquer forma, a dinâmica atacante foi superior, bem como o compromisso demonstrado pelos alas no momento defensivo e a pressão exercida nas imediações da área adversária, por exemplo. A reação à perda de bola, em alguns períodos, aproximou-se mesmo da perfeição.

Compreende-se as primeiras alterações na equipa, as saídas de Pizzi e Waldschmidt, por Chiquinho e Seferovic, aos 65’?

Foi ótimo para quem gosta de futebol. A ganhar , por 1-0, Jorge Jesus, que já não tinha um elemento de claras características defensivas do meio-campo para a frente, alargou ainda mais a frente de ataque. Passou a jogar com dois ‘9’, Darwin e Seferovic, e abdicou de um médio-centro, Pizzi, para colocar um jogador que costuma assumir o papel de segundo avançado, Chiquinho. Jesus, ou tem uma confiança cega na equipa, ou terá revelado uma coragem excessiva, a roçar a loucura.