A IMPARÁVEL SEDE DO CAMP
Dragões ainda tiveram de aturar alguma irreverência deste ‘novo’ Boavista, mas depois partiram para uma 2.ª parte de luxo e de mão-cheia
Mais uma folha de serviços limpa no início do percurso do campeão, que segue seguro de si, da sua capacidade e com uma imparável sede de vencer e convencer, não se deixando atormentar por adversários ambiciosos como foi o Sp. Braga na 1ª jornada e ontem como chegou a ser, em determinados momentos da 1ª parte, o ‘novo’ Boavista de Vasco Seabra, que sai goleado do dérbi, mas ainda assim pode manter a cabeça erguida e confiante no futuro próximo. A equipa de Sérgio Conceição acabou com uma exibição de mão-cheia, depois de passar por algumas dificuldades durante a 1ª parte, mas resolveu a questão no início da segunda metade, com os golos de Corona e Sérgio Oliveira a dar o mote para uma noite colorida e cheia de momentos de classe.
O golo do mexicano, assinale-se, é claramente o momento do jogo, não só porque abriu a contagem, mas principalmente pela forma como foi conseguido, com Otávio a receber a abertura de Danilo, a servir o mexicano na área e este, perante a passividade de Rami – estreante na Liga e campeão do Mundo –, a rematar de pé esquerdo, depois de uma primorosa rotação.
O que aconteceu a seguir foi tudo, ou quase tudo, convenhamos, uma consequência deste momento, com os dragões mais libertos da pressão de ganhar, cientes de que a via do golo estava agora mais aberta, e os axadrezados, já sem a mesma frescura física, a dar de si e a demonstrar as debilidades inerentes a uma equipa que está a começar a construir-se e vai certamente ser melhor do que no passado recente.
O golo de Marega que se seguiu só serviu para se perceber que a reação do Boavista ao revés inaugural, logo no início do segundo tempo, não seria suficiente para colocar em causa a natural superioridade dos dragões, que souberam ser solidários no momento em que os axadrezados reagiram a quente e Marchesín defendeu com coragem as tentativas de Sauer e Javi García, aos 50 minutos, com Mbemba a tirar o perigo da pequena área a ouvir o sonoro aplauso que veio do banco portista.
Um momento paradigmático e que prova que os dragões obviamente não brincam em serviço, ainda por cima numa fase do jogo em que um golo dos axadrezados podia virar o rumo dos acontecimentos.