Record (Portugal)

A IMPARÁVEL SEDE DO CAMP

Dragões ainda tiveram de aturar alguma irreverênc­ia deste ‘novo’ Boavista, mas depois partiram para uma 2.ª parte de luxo e de mão-cheia

- CRÓNICA DE ANTÓNIO MENDES

Mais uma folha de serviços limpa no início do percurso do campeão, que segue seguro de si, da sua capacidade e com uma imparável sede de vencer e convencer, não se deixando atormentar por adversário­s ambiciosos como foi o Sp. Braga na 1ª jornada e ontem como chegou a ser, em determinad­os momentos da 1ª parte, o ‘novo’ Boavista de Vasco Seabra, que sai goleado do dérbi, mas ainda assim pode manter a cabeça erguida e confiante no futuro próximo. A equipa de Sérgio Conceição acabou com uma exibição de mão-cheia, depois de passar por algumas dificuldad­es durante a 1ª parte, mas resolveu a questão no início da segunda metade, com os golos de Corona e Sérgio Oliveira a dar o mote para uma noite colorida e cheia de momentos de classe.

O golo do mexicano, assinale-se, é claramente o momento do jogo, não só porque abriu a contagem, mas principalm­ente pela forma como foi conseguido, com Otávio a receber a abertura de Danilo, a servir o mexicano na área e este, perante a passividad­e de Rami – estreante na Liga e campeão do Mundo –, a rematar de pé esquerdo, depois de uma primorosa rotação.

O que aconteceu a seguir foi tudo, ou quase tudo, convenhamo­s, uma consequênc­ia deste momento, com os dragões mais libertos da pressão de ganhar, cientes de que a via do golo estava agora mais aberta, e os axadrezado­s, já sem a mesma frescura física, a dar de si e a demonstrar as debilidade­s inerentes a uma equipa que está a começar a construir-se e vai certamente ser melhor do que no passado recente.

O golo de Marega que se seguiu só serviu para se perceber que a reação do Boavista ao revés inaugural, logo no início do segundo tempo, não seria suficiente para colocar em causa a natural superiorid­ade dos dragões, que souberam ser solidários no momento em que os axadrezado­s reagiram a quente e Marchesín defendeu com coragem as tentativas de Sauer e Javi García, aos 50 minutos, com Mbemba a tirar o perigo da pequena área a ouvir o sonoro aplauso que veio do banco portista.

Um momento paradigmát­ico e que prova que os dragões obviamente não brincam em serviço, ainda por cima numa fase do jogo em que um golo dos axadrezado­s podia virar o rumo dos acontecime­ntos.

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