Record (Portugal)

ARMANDO ESPORTS VALE

- FRANCISCO LARANJEIRA

Sejamos claros: os eSports movimentar­am em 2019, a nível mundial, mais de mil milhões de euros. Em Portugal, o gaming foi avaliado em 250 milhões de euros. O popular videojogo FIFA tem 260 milhões de jogadores pelo Mundo e, em 2018, o FIFA eWorld Cup, o Mundial do simulador, teve 29 milhões de espectador­es. Agora que tirámos a ‘brincadeir­a do jogo’, podemos apontar que a palavra-chave acaba por ser ‘milhões’ para justificar a aposta da Federação Portuguesa de Futebol nos eSports, na sua versão FIFA e PES, com a criação de um circuito nacional de torneios, assim como a Seleção Nacional. E aos comandos desta aposta está Armando Vale, selecionad­or nacional, de 25 anos. Sim, isso mesmo... 25 anos! “Dada a dimensão que acarreta, a responsabi­lidade de representa­r um país, independen­temente da modalidade que é... acaba por ser um pouco estranho conceber que, com 25 anos, tenho este papel”, reconhece o técnico português, que confessou que, por vezes, nem assume o papel. “É algo que evito comentar. Se forem pessoas do meio, é mais fácil passar a mensagem. Mas por norma, desvio-me e acabo por dizer que trabalho com videojogos mais do que dizer ‘selecionad­or nacional’ porque as pessoas podem não conseguir encarar com seriedade o que é uma seleção de futebol virtual. Nos eSports, por ser um mercado bastante novo, não é incomum ter 25 anos e estar à frente de uma seleção, acontece em outros países. Mas já jogo há 15 anos, tenho uma experiênci­a no meio muito grande. É-me mais confuso pensar em novos objetivos estando num patamar tão alto com esta idade”, precisa. Os eSports em Portugal, em particular os jogos de futebol virtual, vivem um período de expansão sem precedente­s. Não só pela criação de novas provas mas também pelo talento do jogador nacional, que nos coloca num patamar privilegia­do. “A Seleção não é feita de alguém que está em casa e venceu os amigos. Temos jogadores com um valor muito grande, basta ver os resultados internacio­nais.

Este universo é ainda reduzido. Mas, neste momento, no universo FIFA e PES, dispomos de dez e 20 jogadores para a Seleção. No último Mundial, em 2019, tivemos dois portuguese­s top 8 mundial, assim como já tivemos um vice-campeão do Mundo de PES há cerca de seis anos. No panorama mundial, em 2019 conseguimo­s chegar às meias-finais da Nations Cup do FIFA e terminar em 3.º lugar. Coloco Portugal num top 5 de seleções e posso até estar a subestimar um pouco”, atira, sem reservas.

E um campeão do Mundo num futuro próximo? “Gostava muito de poder dizer que sim e espero que aconteça. Existe qualidade, estamos a caminhar para consolidar presenças bastante fortes, o trabalho está a ser feito nesse sentido. Gostava muito de que deixasse de haver apenas um campeão mundial do FIFA (2011), o Francisco ‘Quinzas’ Cruz. Pode não ser no próximo ano mas estamos mais próximos das decisões, tanto individual­mente como de seleções”, adianta. A melhoria dos resultados no

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