Record (Portugal)

Otamendi vai dar tudo pelo Benfica PAULO FUTRE

- JOÃO GONÇALVES, BERNA (SUÍÇA)

çGostava de saber a tua opinião sobre a homenagem que o Sporting te vai fazer, dando o teu nome a um dos campos da Academia. Depois da maneira como saíste e do teu envolvimen­to, ou não, com o clube nos últimos anos, achas que é uma homenagem merecida?

Esta mesma pergunta Joel, fiz no dia seguinte à assembleia onde muitos sportingui­stas a contestara­m, dizendo que não mereço esta homenagem a que tu te referes, a um grande amigo de infância fanático do Sporting e também ao seu filho que ainda é mais fanático do que o pai. Eu publicamen­te nunca tive problemas em contar o que aconteceu em 1984 quando o treinador me disse que não tinha espaço naquele plantel e que tinha de ser emprestado. Estava com 18 anos, e o técnico tinha chegado há pouco tempo, era galês e acho que nem devia saber que eu já era internacio­nal A. Nos dias seguintes a imprensa começou a dizer que o meu destino seria a Académica, e se não aparece o FC Porto, hoje não estaria aqui a escrever estas linhas. E também sempre contei a prioridade e os dias que dei ao Sporting para conseguire­m o dinheiro que o Atlético Madrid pedia no mercado de inverno de 1993. Naquela época um estrangeir­o no mercado de inverno só podia voltar ao seu país de origem e no meu caso a Portugal. Esperei pelo Sporting até ao último dia do fecho do mercado e, às 15 horas, liguei para o diretor do Benfica, que vários dias antes tinha entrado em contacto comigo. Este dirigente foi o único que ouviu da minha boca: “Muito obrigado, sinto uma grande honra pelo convite, mas vou voltar a casa ao Sporting”. Conto isto, Joel, porque os meus amigos pai e filho fanáticos sportingui­stas conhecem estas histórias ainda com muitos mais detalhes e fiz a tua pergunta a eles: “Mereço esta homenagem?”. O pai e meu amigo de infância respondeu: “Sabes que fazia o mesmo que tu, mas jogaste no Benfica e no FC Porto, logo não mereces”. O filho que tem quase 30 anos diz: “Pai, como podes dizer algo assim do primeiro grande craque de nível mundial que emergiu da nossa formação e que foi Bola de Prata em 1987?”. Foi quando o pai disse: “Era o melhor jogador do Mundo mas nem que fosse Bola de Ouro me

Como sócio 5.028 do Sporting estou completame­nte de acordo contigo João, mas faltou-te esta pergunta: “Os jogadores que marcaram uma época e especialme­nte as lendas não deveriam estar sempre na estrutura do clube?”. E a minha resposta seria esta: “Durante os meus dois anos e meio como diretor desportivo do Atlético Madrid, entraram comigo, para cargos importante­s, ex-jogadores como o Manolo e o Abel, duas lendas colchonera­s”. Mas depois entraram muitos outros para vários cargos, e alguns de gerações anteriores à minha. Mas para veres que estou mesmo totalmente de acordo contigo, e que as lendas do passado nunca poderão ser esquecidas e muitas delas têm de estar junto da primeira equipa, e também no futebol base porque fazem parte da história do clube e são grandes referência­s para os jovens, tens aqui a grande prova João. O Luiz Pereira jogou no Atlético Madrid nos anos 1970 e foi um dos melhores centrais do Mundo da sua época, titular da seleção brasileira e uma autêntica lenda para todos os colchonero­s. Hoje nem me recordo em que cidade estava a viver o grande Luiz no Brasil nem o que estava a fazer, só me recordo que dois dias depois de falar com ele por telefone já estava em Madrid e meti-o como presidente da equipa B do Atlético Madrid, que se chama Atlético Madrileno. Cada vez que a equipa jogava fora havia sempre muitos colchonero­s à espera dele para pedir autógrafos e fotografia­s e estava sempre presente nos eventos importante­s do clube. A última vez que o vi foi na apresentaç­ão do João Félix, estava mais velhinho, mas com os seus 70 anos continua a dar autógrafos, a tirar fotografia­s e a representa­r o Atlético Madrid por toda a Espanha e Mundo. Assim penso eu sobre este tema, João.

recia a homenagem”. O filho levanta mais voz e tive de acabar e mudar de tema porque iam acabar por discutir um com o outro. Tenho 54 anos, Joel, e tinha 18 anos quando começou esta história e assim será a minha relação com os adeptos do Sporting até ao último dia de vida.

+ A administra­ção Varandas

quis e muito bem homenagear alguns dos nossos heróis. Mas lembro-me de Vítor Damas, Carlos Gomes, João Azevedo, Cardoso, Barrosa, Manuel Fernandes, Yazalde, Jesus Correia, Peyroteo, Vasques, Travassos, Albano, Soeiro, Pireza, Mourão, João Cruz. O dr. Varandas é novo, mas nunca nos devemos esquecer das referência­s do passado…

+ Será que Anthony Lopes ganhou a titularida­de na baliza da Seleção Nacional a Rui Patrício?

O Rui Patrício é, e vai ser sempre, um fenómeno e um herói para todos nós, pelo que fez no Europeu de 2016. Hoje, está entre os melhores guarda-redes do Mundo. O Anthony Lopes é, sem dúvidas, um grande guarda-redes. É o capitão de um gigante em França como é o Lyon, esteve sempre preparado para defender a camisola das Quinas e obrigou o Rui a estar sempre num bom nível para não perder a titularida­de. Mas só o nosso selecionad­or Fernando Santos é que pode responder a essa pergunta Bernardo.

JOÃO RIBEIRO, COSTA NOVA BERNARDO DIAS, LUXEMBURGO

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