Record (Portugal)

O senhor medalhas

Tinha 15 anos quando conquistou a primeira, mas a mais importante ainda está para chegar...

- ANA PAULA MARQUES

çCristiano Ronaldo demorou 16 anos a atingir os 100 golos ao serviço da Seleção. Fernando Pimenta precisou de menos um (15) para chegar às 100 medalhas. Em 2005, no Festival Olímpico da Juventude Europeia, então com 15 anos, o canoísta de Ponte de Lima dava início a uma carreira ímpar, que o levou já a um patamar só ao alcance de poucos. E quando falamos em 100 pódios, falamos só internacio­nais, porque em campeonato­s nacionais o número também impression­a: são quase 70. As últimas medalhas além-fronteiras foram conseguida­s no passado fim de semana, na Taça do Mundo de Szegeb, na Hungria. Foram três, com a centésima a chegar através da vitória no K1 5000, depois de na véspera Pimenta ter conquistad­o também o ouro na distância predileta e olímpica, o K1 1000, e prata no K1 500. “Difíceis são todas as competiçõe­s. Esta foi difícil por ser numa época atípica, mais longa. Foi mais duro em termos psicológic­os. Chegar às competiçõe­s e conseguir duas medalhas de ouro e uma de prata é muito gratifican­te”, frisou o canoísta de Ponte de Lima, agora com 31 anos, à chegada a Portugal, depois de uma jornada gloriosa na única competição internacio­nal de 2020. Entre as 100 medalhas há uma olímpica: a de prata conquistad­a em Londres’2012, no K2 1000, ao lado de Emanuel Silva. Foi a única conseguida por Portugal nesses Jogos Olímpicos. Quatro anos depois, Pimenta surgiu no Rio’2016 como um dos grandes candidatos ao pódio no K1 1000, mas ficou-se pelo 5.º lugar. O ouro olímpico “é um sonho”, como refere, e é isso que o motiva cada vez mais. Seria para tentar conquistá-lo este ano, mas a Covid-19 adiou o momento. Fica para 2022. “Sei que é difícil, temos de chegar nas nossas melhores condições físicas e psicológic­as”, sublinhou ao nosso jornal quando conquistou a centésima medalha.

E há 15 anos, quando venceu a sua primeira prova internacio­nal, Fernando Pimenta diz que não lhe passava pela cabeça “chegar ao patamar onde estou”, mas reconhece que esse pódio foi o “clique” para perceber que teria futuro na canoagem. E que futuro...

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TEM UMA PRATA OLÍMPICA (LONDRES’2012), MAS SONHA COM O OURO. É PARA ISSO QUE BATALHA TODOS OS DIAS

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