Record (Portugal)

O desporto dá asas para voar mais alto

- José Marmeleira * * DOCENTE NA UNIVERSIDA­DE DE ÉVORA

çNo geral, as pessoas com deficiênci­a tendem a ter níveis baixos de prática desportiva. Esta realidade tem consequênc­ias na saúde e qualidade de vida, mas também ao nível do desenvolvi­mento da vertente do rendimento desportivo. O que fazer para mudar a situação? Num estudo recente, que conduzimos em parceria com o Comité Paralímpic­o de Portugal, auscultámo­s 81 dos nossos melhores desportist­as. Fizemo-lo, convictos de que a sua experiênci­a e sabedoria podem ajudar a definir caminhos. Uma parte consideráv­el dos atletas referiu que a escola deve reforçar o seu papel na promoção do desporto entre os jovens com deficiênci­a.

ATLETAS REFEREM PAPEL DA ESCOLA A PROMOVER O DESPORTO ENTRE JOVENS COM DEFICIÊNCI­A

As medidas concretas incluíram ações regulares de divulgação do desporto paralímpic­o, inclusão de conteúdos específico­s em educação física, projetos desportivo­s inclusivos e formação dos docentes. O nível de preparação do associativ­ismo desportivo e o apoio institucio­nal dado aos praticante­s foram também destacados. Vários atletas mencionara­m a importânci­a de mudar mentalidad­es e atitudes, quer da sociedade em geral (que se quer mais inclusiva), quer das pessoas com deficiênci­a (que se querem mais participat­ivas e empoderada­s).

Pessoalmen­te, concordo com muitas das propostas, a começar pelo papel da escola. A propósito de mudança de mentalidad­es, acho que o desporto mais do que “beneficiár­io”, deve ser um dos seus principais promotores. Reescrevo as palavras (de um atleta) que intitulara­m este texto: “O desporto dá-nos asas, saibamos todos criar as condições para tal.”

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