Quando o Rui era o filho do Zé
Rui Dias
çVivia os primeiros meses na redação de Record, na Travessa dos Inglesinhos, quando me foi marcado um jogo do Atlético, então na Zona Sul da segunda divisão. A partir de certa altura, a conversa dos mais velhos versava um facto inesperado. Os saudosos Carlos Arsénio, Eduardo de Castro, Patrício Álvares e Mendonça Ferreira entusiasmaram-se quando souberam que filho do Zé (Águas) também jogava futebol, era ponta-de-lança e bom nas alturas. O meu pai chamava a brasa à sua sardinha e completava a ideia dizendo que essa qualidade genética se devia ao facto de o miúdo jogar voleibol – arbitrara muitos jogos dele e conhecia-o bem.
Desde o primeiro contacto, ainda em 1982, que Record não perdeu de vista o ‘filho do Zé’. Sempre que se justificava lá ia à Tapadinha ouvi-lo circunstancialmente. Iniciámos aí uma relação que se consolidou com o tempo numa amizade profunda e indestrutível. Em agosto de 1983, durante as férias, encontrámo-nos em Portimão, para onde se transferira. Terá começado aí a ser o Rui Águas, com entrevista de uma página (a foto é dessa altura) que encheu de satisfação os meus velhos companheiros de redação e, soube mais tarde, fez de José Águas um homem ainda mais feliz. Este, anos volvidos, já brincava dizendo que “agora sou apenas o pai do Rui”. Exageros de um pai babado.