VERTIGEM DO XADREZ QUASE AFOGOU O RIO
Rio Ave falhou um penál ti, sofreu um autogolo logo depois, mas conseguiu empatar no canto do cisne
Arranque frenético no Bessa com três golos apontados nos 13 minutos iniciais colocou as duas equipas em modo de efervescência total. Nervos à flor da pele também a acenderem o rastilho para uma ponta final dramática, principalmente pela explosão de emoções que o empate estabelecido pelo internacional português Fábio Coentrão, mesmo em cima do último suspiro do tempo de compensação, na sequência de um pontapé de canto, suscitou nos dois emblemas. Erupção de sentimentos a descambar os intervenientes para comportamentos extravagantes, cujas multas vão render uma boa maquia aos cofres da Liga Portugal, mas também a diluir a estratégia de estilos distintos. A formação de Jesualdo Ferreira
entrou a ganhar e foi sempre transparente na sua estratégia. Pouca posse de bola, muito pouca mesmo, mas bastante profundidade sempre que a teve e foco total na baliza através das transições em velocidade de Alberth Elis, Paulinho e Sauer. Vertigem suficiente para a eficácia de Yusupha deixar a defesa vila-condense com tonturas e sustentar a corrida atrás do prejuízo que o Rio Ave operou com pouca energia até ao polémico penálti, que deixou o Boavista em inferioridade numérica, conferir um condimento exótico ao desenrolar.
Pelé foi displicente a cobrar o castigo máximo, mas a defesa de Léo Jardim teve o condão de acender a chama vila-condense. Reação já em tom de assalto a encostou o xadrez às cordas e o empate desenhado por Carlos Mané não demorou muito a chegar. Ponto de equilíbrio, contudo, efémero, dado que um erro do mesmo Mané abriu o espaço para o livre de Nuno Santos a que o recém-entrado Ronan correspondeu com um autogolo e sustentou o frenesim que o Rio Ave operou na missão de tudo ou nada e permitiu a Fábio Coentrão sentenciar a igualdade mesmo no canto do cisne.
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FORMAÇÃO DO BESSA FOI MAIS ACUTILANTE, MAS TAMBÉM PAGOU O PREÇO DA INFERIORIDADE NUMÉRICA