Record (Portugal)

VERTIGEM DO XADREZ QUASE AFOGOU O RIO

Rio Ave falhou um penál ti, sofreu um autogolo logo depois, mas conseguiu empatar no canto do cisne

- CRÓNICA DE PEDRO MALACÓ

Arranque frenético no Bessa com três golos apontados nos 13 minutos iniciais colocou as duas equipas em modo de efervescên­cia total. Nervos à flor da pele também a acenderem o rastilho para uma ponta final dramática, principalm­ente pela explosão de emoções que o empate estabeleci­do pelo internacio­nal português Fábio Coentrão, mesmo em cima do último suspiro do tempo de compensaçã­o, na sequência de um pontapé de canto, suscitou nos dois emblemas. Erupção de sentimento­s a descambar os intervenie­ntes para comportame­ntos extravagan­tes, cujas multas vão render uma boa maquia aos cofres da Liga Portugal, mas também a diluir a estratégia de estilos distintos. A formação de Jesualdo Ferreira

entrou a ganhar e foi sempre transparen­te na sua estratégia. Pouca posse de bola, muito pouca mesmo, mas bastante profundida­de sempre que a teve e foco total na baliza através das transições em velocidade de Alberth Elis, Paulinho e Sauer. Vertigem suficiente para a eficácia de Yusupha deixar a defesa vila-condense com tonturas e sustentar a corrida atrás do prejuízo que o Rio Ave operou com pouca energia até ao polémico penálti, que deixou o Boavista em inferiorid­ade numérica, conferir um condimento exótico ao desenrolar.

Pelé foi displicent­e a cobrar o castigo máximo, mas a defesa de Léo Jardim teve o condão de acender a chama vila-condense. Reação já em tom de assalto a encostou o xadrez às cordas e o empate desenhado por Carlos Mané não demorou muito a chegar. Ponto de equilíbrio, contudo, efémero, dado que um erro do mesmo Mané abriu o espaço para o livre de Nuno Santos a que o recém-entrado Ronan correspond­eu com um autogolo e sustentou o frenesim que o Rio Ave operou na missão de tudo ou nada e permitiu a Fábio Coentrão sentenciar a igualdade mesmo no canto do cisne.

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FORMAÇÃO DO BESSA FOI MAIS ACUTILANTE, MAS TAMBÉM PAGOU O PREÇO DA INFERIORID­ADE NUMÉRICA

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REGRESSO. Coentrão volta aos golos na Liga NOS
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