Competitividade é palavra de ordem
A Liga 3 foi, desde que se soube da implantação, bem acolhida pela grande maioria dos clubes. Para percebermos o porquê desta quase unanimidade, falámos com Luís Freire e o professor Neca, dois treinadores que conhecem bem o caminho dos Distritais até à 1.ª Liga. O ex-treinador do Nacional ganhou o Campeonato de Portugal em 2017/18 ao serviço do Mafra e não tem dúvidas de que esta prova vai elevar a competitividade em duas divisões... ao mesmo tempo.
“A Liga 3 só não é profissional no nome. Quase todos os participantes vão ter condições profissionais, e isso, claro está, vai aumentar o nível de competitividade. O Campeonato de Portugal sempre foi muito heterogéneo, com grandes disparidades de orçamentos e objetivos. O simples facto de se treinar de manhã ou só à noite quando os jogadores saem dos seus trabalhos faz muita diferença e assim vão nivelar-se as duas realidades”, começou por dizer o técnico de 35 anos a Record, acrescentando: “Esta competição vai servir também para preparar ainda mais os clubes para uma eventual subida à Liga Sabseg e, falando por experiência própria, é um salto complicado. Tu podes ter condições profissionais, mas é um choque grande porque exige muito mais em termos de estruturas, campos de treino, relvados, logística.
Por exemplo, nesse patamar já apanhas clubes muito organizados em termos de scout, o que no Campeonato de Portugal é raro.” E se a competitividade aumenta, o jogador evolui e também ele estará mais perto de dar o salto. “No CdP tens de estudar os jogadores, tendo em conta também o contexto. Agora, na Liga 3, as melhores equipas vão estar reunidas, vai haver um maior equilíbrio e, assim, vai ser mais fácil de encontrar qualidade. Porque quem se destacar neste campeonato está a dizer que tem capacidade para chegar às ligas profissionais”, concluiu.