Record (Portugal)

GALA MATA AGUIA BENFICA DIZ ADEUS AO SONHO DO TÍTULO E PODE FICAR A 6 PONTOS DO 2º LUGAR JORGE JORGE JESUS JESUS QUEIXOU-SE QUEIXOU-SE DE DE ANTIJOGO ANTIJOGO “O guarda-redes tirou 10 minutos”

Águia entregou a 1.ª parte e recuou ao tempo que JJ justificou com a Covid-19, agora a poder já não depender de si no acesso direto à Champions

- FILIPE PEDRAS

Dois meses depois, o Benfica voltou a perder pontos no campeonato, desta feita ainda com mais estrondo do que no último tropeção (empate com o Farense, à 20ª jornada), pois o Gil Vicente não só foi melhor, como venceu em pleno Estádio da Luz. Está assim puxado o travão de mão à série de sete vitórias consecutiv­as que a águia tinha como rampa de lançamento para a receção aos gilistas e, de uma assentada, os encarnados podem perder já hoje a independên­cia na luta pelo acesso direto à Champions – basta ao FC Porto pontuar com o Nacional, dilatando a vantagem para, pelo menos, quatro pontos.

Jorge Jesus manteve-se fiel ao esquema de três centrais que servira, entre outros, para golear o Paços de Ferreira na última ronda, mas não só encarnou agora uma postura completame­nte diferente, como teve pela frente uma formação de Barcelos sem medo de assumir despesas na Luz. Aproveitan­do uma ineficaz pressão ofensiva das águias – aliada a muitos passes falhados em ataque posicional –, o Gil mostrou desde início apetite para explorar a largura e a profundida­de. E foi ganhando mais confiança à medida que via os encarnados incapazes de inventar perigo no último terço do terreno. O Benfica pouco mais do que cócegas conseguia fazer junto da baliza de Denis, fruto também de uma circulação pouco veloz e incapaz de desposicio­nar a compacta formação gilista. Era neste cenário que os visitantes ia mostrando também a sua superiorid­ade a nível ofensivo, rematando mais e ganhando mais cantos, apenas a título de exemplo.

Sem grande espanto, foi mesmo o Gil a inaugurar o marcador, com Léautey a culminar da melhor forma um contragolp­e. O único remate do jogo enquadrado com a baliza na primeira metade foi assim convertido em golo e, em vantagem, Ricardo Soares mandou ‘colar’ ainda mais as linhas de um 4x2x3x1, onde Lucas Mineiro foi híbrido no serviço aos sempre perigosos alas (Lourency e Léautey).

Alterar muito e mudar pouco

Jorge Jesus via o mesmo que todos: uma equipa previsível, incapaz de gerar tumulto na defesa adversária, e dificuldad­es para suster as transições gilistas. A pensar nisso, mudou logo ao intervalo. Deixou Lucas Veríssimo e o 3x4x3 nas cabinas, lançou

Everton e apostou no mais habitual 4x4x2. No entanto, o primeiro sinal de perigo foi novamente do Gil, por intermédio de Lourency, que atirou a rasar o poste (49’). A primeira grande oportunida­de das águias – espante-se apenas quem não viu o jogo – surgiu apenas aos 53’, com Seferovic, a dois tempos, a atirar pouco por alto. Ao contrário do que tem acontecido, o suíço andou longe da pólvora e desperdiço­u depois um par de ocasiões, vendo (adivinhe-se) Lourency mostrar-lhe como se faz.

Em mais um contragolp­e venenoso do Gil, o brasileiro matou um jogo que só o autogolo de Vítor Carvalho viria a reavivar por momentos. Mas dois sistemas táticos e cinco substituiç­ões depois, a águia pouco ou nada mudou, fazendo lembrar aquela equipa cinzenta e parca em ideias da fase que Jesus sempre veio justifican­do com a Covid-19. Dos bons sinais de retoma patentes nas últimas semanas, pouco ou nada se viu ontem na Luz. Nem a capacidade de pressão, nem a alegria ou imaginação que já vinham pintando várias atuações. De tudo isto, teve ontem muito mais o Gil Vicente, justifican­do em pleno a conquista dos três pontos contra um Benfica irreconhec­ível. Um (e apenas um) remate enquadrado com a baliza foi apenas um sinal de alarme entre o muito que há para melhorar.

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