Taremi e o... basquetebol
Os treinadores são unânimes. Vitórias morais não existem, nem interessam, nem dão pontos nem alegrias. As vitórias que interessam são as que atingem objetivos. E o melhor não é quem ganha, nem sequer quem “joga melhor”. Seria justo… mas o FC Porto está fora da Champions e o melhor é quem passa à fase seguinte. E fica um amargo de boca, porque somos portugueses e vimos uma luz ao fundo do túnel. Agora que tanto se fala de novas regras do futebol, poderia haver uma que fizesse o árbitro julgar a qualidade dos golos e decidir que este espetacular golo de Taremi (réplica do de CR7 a Buffon ) valeria por três, tipo basquetebol; e o FC Porto estaria nas meias-finais. Fica a garantia de que podemos continuar a competir com os milhões dos clubes do centro da europa e dos oligarcas. Que somos predestinados para o futebol, que somos competitivos contra quem quer que seja, que lutamos até à exaustão, que não nos escondemos, que os olhamos nos olhos. Se acrescentarmos a um golaço, que poderia valer no mínimo por dois, um penálti por assinalar no primeiro jogo, o FC Porto estaria nos melhores quatro clubes da Europa. Haja crença no trabalho que está a ser feito porque milagres existem todos os dias nos centros de treinos e de formação dos clubes portugueses. Tanto se faz com tão pouco.
Agora que o entusiasmo europeu se desvaneceu, caímos na realidade nacional. O Sporting ganhou em Faro e põe FC Porto e Benfica em brasas. Daqui em diante, com os clubes focados no campeonato ( Sp. Braga e Benfica na Taça também), vamos ter um campeão nacional numa corrida ao sprint. Até hoje, o melhor foi, sem dúvida, o Sporting. Mas o melhor vai ser o campeão, seja ele quem for. Porque quem chega primeiro é sempre melhor e todos os outros são segundos. E nesta batalha ninguém quer ser segundo e muito menos terceiro, pois a seguir ao primeiro são todos últimos.