Record (Portugal)

O poder dos disfemismo­s e a censura das emoções

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medida que as competiçõe­s caminham para o fim, a tensão aumenta e alguns dos seus principais intérprete­s escalam na sua agressivid­ade verbal e gestual. Os casos de Miguel Cardoso, treinador do Rio Ave, que utilizou gestos obscenos em direção ao banco do Boavista, e das alegadas palavras injuriosas de Rúben Amorim para com uma equipa de arbitragem, são disso exemplos recentes.

Estas abordagens comunicaci­onais podem

constituir-se como técnicas de pressão, muito frequentes entre jogadores, visando provocar uma resposta descontrol­ada nos adversário­s, de modo a que estes sejam sancionado­s disciplina­rmente. Podem, no entanto,

DURANTE A ATIVIDADE FÍSICA, AUMENTA A FORÇA E A POTÊNCIA

refletir apenas incapacida­de para gerir a raiva e a frustração em situações de stress.

Sabemos que praguejar aumenta a tolerância à dor,

e descobriu-se mesmo que dizer palavrões enquanto se pratica uma atividade física, aumenta a força e a potência no desempenho dos atletas (Stephens, R., 2017).

Dizer palavrões pode ajudar a lidar com

experiênci­as dolorosas, comunicar sinceridad­e e empatia, ou produzir um efeito catártico. A utilização de disfemismo­s (expressões rudes, sarcástica­s, insultuosa­s e humilhante­s) pode ter diferentes consequênc­ias, consoante o controlo que cada um tem sobre essa escolha comunicati­va.

Censurar a linguagem é reprimir as emoções,

mas conhecer a ciência dos efeitos psicológic­os da mesma pode melhorar o rendimento, o bem-estar e a resiliênci­a individual e grupal. Um psicólogo pode ajudar.

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