“Liga 3 vai aumentar escrutínio”
As provas profissionais têm um grande escrutínio, mas o mesmo não acontece no Campeonato de Portugal. Como podemos travar isto?
JE – Não é como podemos, é como vamos travar. A Federação olhou para o quadro competitivo e alterou, criando a Liga 3. Isso permite trazer para cima os clubes e escrutiná-los mais. A forma de minimizar esse problema é através da regulamentação da Liga 3, do Campeonato de Portugal e da certificação. Estes regulamentos que estão a ser feitos permitem exigir e corresponsabilizar os clubes. O que não pode acontecer é ninguém olhar para aquelas competições. Por que é que de repente se começou a falar dos problemas do Campeonato de Portugal? Porque o Sindicato denunciou.
+São problemas novos, que não existiam antes.
JE – Claro, mas é preciso chamar a atenção para eles. O Campeonato de Portugal era uma realidade desconhecida, ninguém falava nessas vicissitudes. Temos de ter a capacidade para identificar um problema e resolvê-lo em conjunto. O Sindicato e a Federação têm feito esse papel, mas os clubes também têm de fazer parte da solução. Nada me move contra os clubes, o que me move é a defesa do jogador e, com isso, a defesa do futebol.
Como é a relação do Sindicato com Liga e FPF?
JE – É preciso que o Sindicato mantenha esta capacidade de intervenção, em diálogo com os demais. Portugal foi dos poucos países onde conseguimos resolver os problemas de forma conciliatória: redução e deferimento dos salários, prorrogação de contratos, seguros Covid, ajuste de férias… Fomos sensíveis às circunstâncias económicas e aceitámos reduzir o salário mínimo na 2ª Liga, o que revela uma disponibilidade enorme. Relativamente à Liga 3, desejávamos que todos os jogadores tivessem um contrato, mas reconhecemos que neste momento não há condições. Por isso, aceitámos reduzir o salário mínimo, desde que 50 por cento dos jogadores tivessem contrato e, desta forma, atacamos a precariedade. Tudo isto resultou de um diálogo efetivo com a Federação e a Liga.
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