Apostas desportivas e a transparência
A Bwin está de regresso ao futebol português enquanto ‘naming sponsor’ da 1.ª Liga, o que é de saudar e, ao contrário do que acontecia há cerca de dez anos, as casas de apostas exercem a sua atividade em total conformidade com o ordenamento jurídico português, o Estado obtém receita fiscal e parte das suas receitas são distribuídas pelas instituições que tutelam o futebol português e pelas sociedades desportivas que nele participam, o que faz todo o sentido e só pecou por tardio. Ao mesmo tempo, do estrangeiro chegam-nos ecos de que Zlatan Ibrahimovic é acionista da casa de apostas Bethard desde
O ESTADO OBTÉM RECEITAS COM AS APOSTAS DESPORTIVAS E PARTE DELAS SÃO DISTRIBUÍDAS
2018 e que, não obstante isso, participou em competições organizadas pela FIFA e pela UEFA, podendo agora ser sancionado por tal facto.
À partida pode parecer que a regulamentação governamental portuguesa sobre as casas de apostas e as hipotéticas sanções ao jogador sueco são conflituantes entre si, mas não o são, ambas visam o mesmo objetivo, a transparência. Aqui chegados, e na mesma senda da transparência e porque estes fenómenos das apostas, infelizmente, são sempre associados a práticas nocivas ao futebol como o ‘match fixing’, sou da opinião que deve ser dado o passo em frente com a criação de uma autoridade para a prevenção e combate ao ‘match fixing’ em Portugal, como já acontece com a violação do desporto.