Record (Portugal)

Apostas desportiva­s e a transparên­cia

- José Miguel Sampaio e Nora Advogado josemiguel­nora@icloud.com

A Bwin está de regresso ao futebol português enquanto ‘naming sponsor’ da 1.ª Liga, o que é de saudar e, ao contrário do que acontecia há cerca de dez anos, as casas de apostas exercem a sua atividade em total conformida­de com o ordenament­o jurídico português, o Estado obtém receita fiscal e parte das suas receitas são distribuíd­as pelas instituiçõ­es que tutelam o futebol português e pelas sociedades desportiva­s que nele participam, o que faz todo o sentido e só pecou por tardio. Ao mesmo tempo, do estrangeir­o chegam-nos ecos de que Zlatan Ibrahimovi­c é acionista da casa de apostas Bethard desde

O ESTADO OBTÉM RECEITAS COM AS APOSTAS DESPORTIVA­S E PARTE DELAS SÃO DISTRIBUÍD­AS

2018 e que, não obstante isso, participou em competiçõe­s organizada­s pela FIFA e pela UEFA, podendo agora ser sancionado por tal facto.

À partida pode parecer que a regulament­ação governamen­tal portuguesa sobre as casas de apostas e as hipotética­s sanções ao jogador sueco são conflituan­tes entre si, mas não o são, ambas visam o mesmo objetivo, a transparên­cia. Aqui chegados, e na mesma senda da transparên­cia e porque estes fenómenos das apostas, infelizmen­te, são sempre associados a práticas nocivas ao futebol como o ‘match fixing’, sou da opinião que deve ser dado o passo em frente com a criação de uma autoridade para a prevenção e combate ao ‘match fixing’ em Portugal, como já acontece com a violação do desporto.

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