Vitória do futebol!
O anúncio da Superliga e o seu fim, diria que inesperado, em dois dias, mostra a força que a união pode ter num desporto popular como o futebol. Uma palavra aos adeptos ingleses, aos jogadores portugueses da Premier League, a treinadores que se mostraram contra, como Pep Guardiola, ou ao capitão do Liverpool, Jordan Henderson, entre tantas outras vozes que se uniram contra uma prova a que posso chamar, sem qualquer preconceito, de aberração.
Uma competição elitista,
onde não havia espaço para a competitividade e onde os mais pobres não podiam aspirar ao sonho de uma conquista – nem sequer de uma entrada! – pareceu-me descabido desde o início. Mas, mais do que isso, e se este projeto desprovido de sentido fosse para a frente, seria o início do fim do futebol tal como o conhecemos.
O fim de uma Superliga que nunca começou,
mas que serviu para os poderosos da Europa pressionarem a UEFA em termos financeiros, acaba por destacar o bom senso de todos os que amam verdadeiramente esta atividade.
Pessoalmente, não teria qualquer prazer
em ver um Real Madrid-Barcelona ou um Man. United-Man. City, por exemplo, sem saber que um Betis ou um Wolverhampton podiam surpreender qualquer uma dessas quatro equipas. É esta imprevisibilidade que faz com que todos nos apaixonemos pelo futebol.
Onde ficariam os Ajax, FC Porto ou Dortmund
que, orgulhosamente, exibem os seus nomes na galeria dos vencedores da milionária Champions? Não havia espaço para eles, seria o fim do futebol. Foi, afinal, uma vitória para não mais esquecer.