CURSO A PAR DA PRÉ-ÉPOCA
Treinador vai concluir o nível 4 enquanto prepara a nova temporada. “Espero passar”, ironiza
Uma queixa da ANTF em março de 2020 deu origem, um ano depois, à abertura de um processo disciplinar contra o Sporting e Rúben Amorim. A época termina sem que se conheça o desfecho do processo, estando criada uma situação, no mínimo, caricata: o treinador e o clube campeão nacional estão acusados de alegada fraude e falsas declarações. Questionado ontem sobre o tema, Amorim admite que gostaria de ver alterado o acesso à profissão e a não limitação do direito ao trabalho, sem evitar um desabafo. “Isso já foi falado mil vezes… Eu não quero mudar nada, desisti disso há muito tempo. Era jogador e fui várias vezes à federação, eles sabem-no. Falei muitas vezes com o Sindicato de Jogadores, e o Dr. (Joaquim) Evangelista sabe. Havia aulas ao sábado e à quarta. Como é que eu tirava os cursos se, no Benfica, tinha jogos das competições europeias e ao fim de semana, só podia dar 10% de faltas e não havia justificação?”, questionou, lamentando que no estrangeiro seja “mais rápido” do que em Portugal. Parte do verão de Amorim vai ser ocupada com a frequência do nível 4 na FPF. O técnico não resistiu à ironia. “Vou entrar em pré-época ainda com o nível 4. Ou seja, vou estar a trabalhar no Sporting e tenho de ir lá para acabar o nível 4. Numa equipa que vai disputar a Supertaça, que tem de preparar a Liga dos Campeões e o início do campeonato, com a pressão inerente… Espero passar. É só isso neste momento: espero passar e que não haja nenhum problema durante o curso”, concluiu Amorim, ontem mesmo eleito o melhor treinador de abril pelos homólogos da Liga. *
“EU NÃO QUERO MUDAR NADA, DESISTI DISSO HÁ MUITO TEMPO. ERA JOGADOR E FUI VÁRIAS VEZES À FEDERAÇÃO”