Rúben Dias no topo do Mundo
RD TEM COLECIONADO VÍTIMAS ILUSTRES ENTRE OS MELHORES AVANÇADOS DA ATUALIDADE, COMO NEYMAR, MBAPPÉ, HAALAND, SALAH, KANE, WERNER, ENTRE OUTROS, METIDOS NO BOLSO COMO SE FOSSEM APRENDIZES DE FEITICEIRO
çO talento mais fácil de reconhecer no futebol é aquele que se revela na relação com a bola; na contribuição criativa que eleva o jogo à expressão de arte e na capacidade de potenciar emoções associadas a surpresa e engano. Do outro lado estão aqueles que, sendo tecnicamente mais opacos, desempenham funções que, cumpridas com escrúpulo, podem também suscitar forte impacto. O tempo encarrega-se de mostrar-nos a estética e a grandeza de jogadores que atingem a perfeição por autoridade, liderança e talento adaptado às exigências defensivas do coletivo de que fazem parte. São elementos que, abdicando do sonho de criações extraordinárias, se realizam com a eficácia, adaptando o conceito de habilidade a impedir os adversários de jogarem livremente. Para isso precisam de físico mas também de inteligência, fiabilidade, concentração e responsabilidade.
Rúben Dias eleva a execução
de gestos e movimentos a um tipo de intervenção que as plateias não reconhecem como definidoras de um grande futebolista. Está agora a diluir os exageros próprios da idade, porque a juventude amplia o prazer da picardia, do choque, da provocação e da contundência. Não se trata de perder todo esse instinto juvenil mas de apetrechá-lo com valores adultos que implicam o zelo do espaço e posição; ser preciso em cada intervenção sobre bola e adversário, tudo sem perder o vigor que o torne implacável nos despiques individuais. Prova de que continua a crescer, melhorou o comportamento longe da ação e passou a tomar decisões mais racionais do que intuitivas em situações-limite.
RD continua a mostrar qualidades
técnicas, táticas e físicas de exceção, que expressa com impressionante regularidade. A exigência de Pep Guardiola e aquela que atribuiu a si próprio têm servido para enquadrar a autoconfiança. Aos 24 anos não pode desaproveitar as benesses das circunstâncias favoráveis que o rodeiam, a começar na dimensão da equipa em que está inserido e nos conhecimentos do treinador que o orienta. A partir de agora, com o consenso gerado como candidato a melhor jogador da liga inglesa, tem de dar continuidade aos atos e a cuidar do prestígio crescente para concluir o projeto grandioso em que se transformou; evitar que a glória seja um álibi para se desleixar na progressão; e que a eficácia nos palcos mais ilustres, perante os artistas mais brilhantes e admirados, sirva para consolidar o estatuto e não seja sinal de plenitude prematura.
Até hoje, RD cumpriu todos os princípios da função.
Deixou para outros a exaltação do brilhantismo associado ao génio criativo, na certeza de que não era essa a sua vocação. Nunca pensou voltar atrás e adaptar a história, orientado pela convicção de que, se o fizesse, cometeria o erro de iniciar a construção do prédio pelo telhado. Raros são os centrais que interferem na vida de clubes, equipas e competições. À semelhança do que sucedeu com Virgil van Dijk no Liverpool de Klopp, que precisou de um líder esmagador atrás como âncora de um coletivo esmagador, também RD introduziu no Man. City de Pep os valores de coesão, equilíbrio e confiança que deram a uma das mais perfeitas máquinas do futebol moderno a evidência ganhadora perdida na época passada – ficou a 18 pontos do campeão.
Com o carisma, a liderança,
a classe, a visão, a maturidade e a capacidade para se antecipar aos factos, RD está a concluir o puzzle como um dos melhores defesas-centrais da atualidade. Um talento defensivo superior, que tem colecionado vítimas ilustres entre os melhores avançados do Mundo: Neymar, Mbappé, Haaland, Salah, Kane, Werner, entre outros, foram metidos no bolso como se fossem aprendizes de feiticeiro. Já é candidato a melhor jogador da Premier League. Não tarda será uma referência europeia e mundial.
RD INTRODUZIU NO MAN. CITY DE GUARDIOLA OS VALORES DE SEGURANÇA, EQUILÍBRIO E COESÃO