“Não preciso que um ‘vice’ me alerte” “Taça sem público? Acho que está certo”
Técnico das águias dá troco a Jaime Antunes e reconhece o peso da responsabilidade. “Sei o significado de humildade”, garante
As palavras de Jaime Antunes, vice-presidente do Benfica, caíram mal a Jorge Jesus e está criado um bate-boca interno na Luz. Depois de ter ouvido do responsável que era necessário “partir para a nova época com uma atitude diferente” e com “humildade”, o treinador deu troco, ao garantir que só dá respostas sobre futebol a quem tem de as dar. “A responsabilidade é grande, é para isso que trabalhamos. Não preciso que um vice-presidente me alerte para esse
TREINADOR FALA DE VIEIRA, RUI COSTA, SOARES DE OLIVEIRA E ADEPTOS. “ESSAS PESSOAS É QUE ME INTERESSAM”, VINCA
facto. Falo todos os dias com o presidente, com o Rui Costa e com o Domingos Soares de Oliveira e era a mesma coisa com o Tiago Pinto, quando ele estava cá. São essas as pessoas com quem estou habituado a conversar sobre futebol. Tenho de falar para os adeptos. Como? Ganhando. Essas pessoas é que me interessam”, atirou, ontem, durante a conferência de antevisão da partida de hoje, frente ao V. Guimarães.
O técnico dos encarnados atirou a falta de modéstia para o outro lado. “Sei o significado de humildade, mas não sei o que quis ele dizer. Se humildade é dizer aquilo que eu disse... Acabei de referir as pessoas com quem tenho de comunicar, sou humilde. As pessoas que não têm nada a ver com isto e falam do que não têm de falar é que não são”, ripostou.
“Próximo ano? É mais fácil”
Na entrevista de anteontem à Radio Renascença, Jaime Antunes também sublinhou que “o Benfica não pode estar fora da Liga dos Campeões”. Ora, JJ também foi questionado sobre o calendário apertado no início da próxima temporada e respondeu às preocupações, mostrando-se confiante num desfecho feliz para as águias. “Claro que me preocupa [o calendário]. A maior preocupação é que poderia estar fora disto se estivesse diretamente na Champions, mas não me alarma tanto como no ano passado. Não vou trabalhar cinco semanas antes do início da época nem vou estar com jogadores que nunca tinham trabalhado comigo”, descreveu, antes de lembrar que a terceira pré-eliminatória volta ao formato original. “Tudo é mais fácil. No ano passado [frente ao PAOK] foi só um jogo. Agora, é a duas mãos. Tudo é diferente, para melhor.” De resto, o amadorense, de 66 anos, reforçou as melhorias que sentiu na equipa ao longo dos últimos meses. “Temos mais tempo para trabalhar e uma equipa que não está doente. Com mais tempo, as coisas tornaram-se mais fáceis”, analisou. *
Jorge Jesus mostrou compreensão pela decisão do Governo, que vai impedir a presença de público na final da Taça, em Coimbra. “Se não é possível em defesa do coletivo, que é a sociedade, acho que está certo. Não é por mais 90 minutos que vai mudar algo”, frisou. Noutro âmbito, o técnico foi questionado sobre as mudanças que sentiu desde que voltou a Portugal. “Fora das quatro linhas, está pior. Está muito agressivo”, alertou.