Record (Portugal)

Mudam-se os tempos

- Luís Pedro Sousa CHEFE DE REDAÇÃO

Na terça-feira, dia 25 de maio, cumprem-se 20 anos que Luís Filipe Vieira chegou ao Benfica, assumindo, pela mão de Manuel Vilarinho, o cargo de gestor do futebol. Uma das primeiras atitudes do então ex-presidente do Alverca foi tentar despachar do novo clube qualquer dirigente (eleito!) que ousasse tecer críticas públicas ao desempenho da equipa. Chamando-lhes “papagaios” e sob o lema “o Benfica não pode ser uma feira de vaidades”, frase que, na altura, repetia até à exaustão, Vieira ameaçava quase invariavel­mente com a demissão... até que acabou por convencer Vilarinho a ver-se livre de Paulo Olavo Cunha, Lopo de Carvalho e outros que tais.

Volvidos 20 anos,

e no topo da hierarquia, a filosofia mudou, pois ninguém de bom senso considerar­á que Jaime Antunes, ao pedir mais humildade e ao exigir a presença na próxima edição da Champions, agiu sem a conivência do chefe de equipa. O caso ganhou contornos de maior gravidade, quando, ontem, Jorge Jesus manifestou total desprezo pelo ‘vice’, utilizando os argumentos de Vieira há 20 anos: só deve falar de futebol quem é do futebol (tradução livre e resumida).

Jesus chegou mesmo

a dizer que as afirmações de Antunes não interessav­am, originando um incidente diplomátic­o. Vieira tem agora de tomar posição. Ou manda calar mais um “papagaio” ou explica ao treinador que um vice-presidente do Benfica não é um simples corta-fitas.

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