Pote cheio na despedida
Rúben Amorim diligenciou quatro alterações em relação ao onze que utilizou na Luz, promovendo Maximiano, Neto, Antunes e Jovane à titularidade.
Assim, reforçou a confiança na dupla de médios-centro formada por Matheus Nunes e Daniel Bragança, até porque o problema no controlo das entre linhas ante o Benfica foi muito mais coletivo do que individual, e voltou a testar Matheus Reis, que chumbara ante os encarnados, como defesa-central pela esquerda.
Diante de um Marítimo que, mesmocoma manutenção assegurada na ronda anterior, recuperou uma estrutura falível com três defesas-centrais [1, 2, 3], o Sporting protagonizou uma entrada feérica na partida. Extremamente incisivos na pressão [2] e com uma reação contundente à perda, os verdes e brancos asfixiaram o rival, que acumulou erros primários na primeira fase de construção [2], e afiançaram várias recuperações em zonas altas que foram o mote para contratransições veementes.
Além disso, expressaram conforto e belicosidade em ataque posicional [1], mantendo fidelidade ao inegociável 3x4x2x1, encontrando espaços por dentro e por fora do bloco rival. Um aspeto crucial para caucionarem chegadas com qualidade a zonas de finalização, bem expressas, nos primeiros 21 minutos, com três golos e duas bolas ao ferro. Após Antunes, no aproveitamento de uma segunda bola após um pontapé de canto, ter enviado uma bola ao ferro, Pote desfez o nulo, dando sequência a uma combinação entre Antunes e Jovane no corredor esquerdo.
Era, então, a vez de o guardião Charles assumir protagonismo com dois erros grosseiros. Primeiro, uma reposição deficiente sob pressão de Paulinho permitiu uma recuperação alta de Daniel Bragança, que viu o seu disparo embater no poste e ressaltar para o bis de Pote. Depois, ao falhar um pontapé após um atraso de Karo, o que valeu um dos tentos mais caricatos do exercício.
Como seria expectável, face à vantagem aconchegada, o Sporting baixou o ritmo e os índices de agressividade, permitindo que os maritimistas se aproximassem sem grande perigo do último terço. No entanto, continuaram a ser os leões a revelar-se mais incisivos ofensivamente, o que saiu reforçado na etapa complementar. Após algumas ameaças, principalmente a partir de remates de fora da área, Jovane, após um suculento passe de rutura [3], ofereceu o tento que valeu o troféu de melhor marcador do campeonato a Pote, incisivo a atacar a profundidade e a desfraldar as debilidades da última linha adversária.
O que se repetiria ,13 minutos depois, desta feita após passe longo de Coates. Charles soube controlar a profundidade e travar a desmarcação de Pote, mas mais um passe deficiente do guardião redundou num golo de bandeira de Plata.