Record (Portugal)

QUE COISA MAIS TRISTE MAIS CHEIA DE HISTÓRIA

Duelo entre Neymar e Messi é a grande atração da final do torneio, no Rio, marcado pela pandemia

- AURÉLIO DE MACEDO

Depois de tanta polémica, Brasil e Argentina disputam na próxima madrugada, no Rio de Janeiro, a final da Copa América, o torneio de seleções mais antigo do Mundo. O duelo entre Neymar e Messi, amigos desde os tempos do Barcelona, é a principal atração de uma competição que ninguém queria acolher... à exceção de Bolsonaro. Recusado pela Colômbia – devido à tensão social no país –, abandonado pela Argentina

– por causa da pandemia –, acabou por ser ‘salvo’ pelo governo brasileiro, apesar dos protestos dos jogadores da seleção canarinha e das ameaças de boicote, num país em que as mortes por Covid-19 já ultrapassa­ram o meio milhão de pessoas.

Ao contrário do que cantava António Carlos Jobim, não é a coisa mais linda, mas, do ponto de vista desportivo, tem alguma graça. Juntos, Brasil (9) e Argentina (14) somam 23 títulos no torneio, tantos quantos os alcançados por todas as outras seleções, e, em caso de vitória, a albicelest­e iguala o recorde de conquistas do Uruguai (15). É com isso que Messi tanto sonha. Recordista de internacio­nalizações (150) e golos (76), o craque de 34 anos nunca ganhou um grande troféu pela seleção, mas já esteve muito perto. Perdeu a final do Mundial’2014 frente à Alemanha, no mesmo Maracanã ao qual regressa esta noite, e três finais da Copa América (2007, 2015 e 2016), a primeira das quais diante do Brasil e as outras frente ao Chile. A frustração levou-o a anunciar o adeus à seleção. “Para mim acabou. Fiz tudo o que podia, dói não ser campeão. São quatro finais e não consegui ganhar. Chega. Desejava mais do que ninguém um título com a seleção ”, desabafou em 2016. Voltou atrás e agora vive uma das melhores fases. Participou em 80% dos golos da equipa, com quatro tiros certeiros e cinco assistênci­as. “O mais quero é vencer pela seleção”, assumiu o astro.

Do outro lado, está Neymar, também sedento de uma vitória. “Messi é o melhor jogador que eu vi jogar. É um grande amigo. Só que estamos numa final, somos rivais e quero vencer esse título. É o meu primeiro também”, recordou o craque, que ficou de fora (por lesão) da última Copa, ganha pelo Brasil. “Sofri muito, torci bastante. Agora tenho outra oportunida­de e vou com tudo para conquistar este título.” Será a primeira vez que Neymar e Messi se defrontam numa final e, como escreveu o ‘Olé’, “não podíamos morrer sem ver isso”.

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LEO PROCURA PRIMEIRO TÍTULO PELA SELEÇÃO ALBICELEST­E, A QUAL PODE IGUALAR RECORDE DE TROFÉUS DO URUGUAI

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