Sombras no futebol
SÃO VÁRIOS OS IMPACTOS NEGATIVOS QUE OS PROBLEMAS COM A JUSTIÇA CAUSAM NO UNIVERSO BENFIQUISTA
Na época transata assistimos a buscas judiciais no Portimonense e Santa Clara. Ao longo dos últimos anos assistimos ainda a indícios, suspeitas, inquéritos, julgamentos e até condenações que envolveram nomes como Bruno de Carvalho, Pinto da Costa, Vale e Azevedo, Valentim Loureiro, Pimenta Machado, entre outros. O fenómeno não é exclusivamente português, pois vários nomes estrangeiros foram apanhados na malha da justiça: personalidades como Sepp Blatter, Michel Platini, Bernard Tapie, Silvio Berlusconi, Dmitry Rybolovlev, entre outros.
Vem isto a propósito do furacão que atingiu Luís Filipe Vieira e todo o universo benfiquista. Em prol da verdade, vale a pena recordar os críticos habituais de que não é apenas no mundo do futebol que existem empresas e pessoas com problemas na justiça. Grandes marcas como a Amazon, Facebook, Volkswagen, BP ou um rol interminável de bancos têm enfrentado crises relacionadas com a jus- tiça. Em Portugal, Banco Espírito Santo, Banco Privado Português ou Banco Português de Negócios são apenas os últimos exemplos de longos problemas nos tribunais.
Para entendermos melhor o furacão que se abateu sobre o Benfica na semana passada vale a pena recordar dois fac- tos muito relevantes: (1) a pandemia arrasou as finanças dos principais clubes europeus e (2) as duas últimas épocas desportivas do clube encarnado foram negativas. A nuvem judicial que agora chegou abate-se estrondosamente em cima destes dois fatores deixando o clube das águias em crise eminente.
Já conhecemos a acusação
bem como as medidas de coação. Estamos longe de saber o desfecho destes processos, mas conhecemos a morosidade habitual da justiça portuguesa nestes casos. Por isto mesmo, clube e SAD sofrem um impacto muito negativo na sua atividade. Independentemente disso, existem de imediato 4 tipos de impactos negativos no universo benfiquista.
Em primeiro lugar a queda imediata no valor das ações da SAD. Quanto mais tempo se prolongar esta crise, mais desvalorização das ações iremos verificar. Em segundo lugar há um impacto terrível na reputação da marca Benfica. A notícia, além de ter monopolizado os meios de comunicação nacionais foi também alvo de enorme repercussão internacional. Em terceiro lugar, a confiança na marca Benfica junto dos patrocinadores e parceiros, é também afetada. As dezenas de marcas associadas ao Benfica não querem naturalmente sofrer impactos indiretos desta crise. Por último, numa altura em que o mercado de transferências está ao rubro, a posição negocial do Benfica, quer a comprar quer a vender, fica inevitavelmente fragilizada.
QUANTO MAIS SE PROLONGAR A CRISE
MAIOR DESVALORIZAÇÃO DE AÇÕES HAVERÁ