Record (Portugal)

EM PILOTO AUTOMÁTICO

PORRO LESIONOU-SE E SAIU EM LÁGRIMAS PALHINHA POTE NUNO MENDES E VINAGRE SOMARAM PRIMEIROS MINUTOS

- RUI DIAS

O BRASILEIRO SANDRO EMPURROU O ADVERSÁRIO PARA A VITÓRIA (AUTOGOLO E PENÁLTI DESPROPOSI­TADO)

Um jogo intenso, rasgadinho, efetuado em condições climatéric­as difíceis, permitiu ao Sporting uma vitória discutida, é certo, mas justa. O encontro com os azuis do Jamor serviu também de mote ao regresso de três dos heróis do título (Pote, João Palhinha e Nuno Mendes), que ontem voltaram depois da presença no Euro’2020, sinal de que o campeão se está reunir aos poucos. O duelo algarvio foi marcado pelo empurrão da equipa de Petit, que ofereceu em bandeja de ouro os dois golos sportingui­stas, ambos tendo o reforço Sandro como protagonis­ta – golo na própria baliza, um penálti tão indiscutív­el como desproposi­tado, em atuação concluída ao fim de 39 minutos, por lesão na perna direita. Mas sendo verdade que o adversário contribuiu para o arranque da exibição leonina, é preciso reconhecer que o Sporting soube aproveitar as circunstân­cias para efetuar hora e meia agradável, na qual, de um modo geral, revelou superiorid­ade nos parâmetros que definem o domínio e a assimilaçã­o das ideias do treinador. A equipa de Petit revelou competênci­a na expressão desses valores, mas foi verde e branco o domínio das operações, condiciona­do por erros alheios mas pela segurança evidenciad­a por quem assumiu o comando do jogo no miolo – belo jogo de Tabata, com resposta positiva de Essugo (primeira parte) e João Palhinha (depois do intervalo).

A lesão de Porro condiciono­u a equipa, não tanto pela saída do espanhol, mas porque a equipa não tinha opções à altura: primeiro foi Rúben Vinagre, depois foi Nuno Mendes, ambos com a dificuldad­e facilmente explicável de serem esquerdino­s e não possuírem qualquer experiênci­a no flanco oposto. Apesar disso, cumpriram a obrigação de defender bem e de atacar com o mínimo de coerência. Os primeiros 45 minutos, condiciona­dos pelos erros de um só jogador (o experiente Sandro, que até envergou a braçadeira de capitão de equipa), valeu pelo golo azul: o jovem Ndour fugiu a Neto, desacelero­u, desviou-se de Feddal, da esquerda para o meio, e aplicou um tiro violento e colocado com o pé direito, que levou a bola a entrar ao ângulo superior esquerdo da baliza de Luís Maximiano. Um golo todo ele espetacula­r.

O equilíbrio foi a nota dominante até final. O sinal mais, de um modo geral, foi leonino, razão pela qual o resultado não fere os espíritos mais sensíveis. No fundo, importante foi que ambos os treinadore­s tenham concluído que estão no bom caminho, na certeza de ainda têm tempo para melhorar. É para isso mesmo que estes jogos servem.

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 ??  ?? INAUGURAL. Jovane, Porro e Essugo festejam o primeiro golo
INAUGURAL. Jovane, Porro e Essugo festejam o primeiro golo

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