Jogos no meio da tormenta

Um ano depois do previsto, a maior competição desportiva internacional arranca esta semana no Japão. Sem público e com grande parte do país contra a sua realização

Agora não há volta a dar e vai mesmo acontecer: temos Jogos Olímpicos em Tóquio. Depois de muitas dúvidas, voltas e reviravoltas, a 32.ª edição do maior certame do desporto mundial arranca esta semana – a cerimónia será na sexta-feira, mas a competição arranca já na quarta-feira, com os torneios de futebol e softbol – num cenário totalmente distinto do habitual: sem público nas bancadas, com imensas restrições para atletas, comitivas e jornalistas e num país em estado de emergência, onde milhões preferiam que os Jogos não acontecessem e milhares de pessoas fazem questão de mostrar o seu descontentamento na rua através de manifestações. Os Jogos Olímpicos de

2020, recorde-se, estavam inicialmente marcados para o período de 24 de julho a 9 de agosto do ano passado. Porém, quatro meses antes, o evento acabou adiado para o verão de 2021, consequência da pandemia de Covid-19 que começava então a mudar o Mundo. Foi a primeira vez que um evento olímpico foi adiado. Agora, realiza-se num ano ímpar também pela primeira vez, ou seja, fora do ciclo olímpico. Perante uma situação única, todos atletas participantes serão submetidos diariamente a testes à Covid-19, sendo excluídos caso acusem positivo. O reforço na despistagem consta da nova versão do manual (playbook) para as comitivas. Regras rígidas que, segundo o líder do COI, Thomas Bach, representam “um sinal de solidariedade e respeito da comunidade olímpica para com os anfitriões”. Quanto a Portugal, leva uma das maiores delegações de sempre e com fortes ambições no que diz respeito a resultados. E todos os elementos da comitiva viajam com a vacinação completa...