Record (Portugal)

Bagagem cheia de esperança

Apesar de todas as dificuldad­es, não falta confiança na capacidade da comitiva lusa para brilhar no Japão e trazer medalhas

- DIOGO JESUS * * COM ALEXANDRE REIS, ANA PAULA MARQUES E MARINA LEITÃO ALVES

Apesar de todas as limitações e problemas criados pela pandemia, Portugal estará em Tóquio com a sua terceira maior delegação de sempre em Jogos Olímpicos – os 93 atletas (incluindo os 15 do andebol) superam o registo do Rio de Janeiro’2016 (92) e só ficam atrás de Atlanta’1996 (107) e Barcelona’1992 (101). A expectativ­a do COP aponta para a conquista de duas medalhas e um total de 12 diplomas (posições entre os oito primeiros). Para alcançar esse objetivo, a comitiva lusa conta com vários elementos com legítimas aspirações a ombrear com os melhores do Mundo. O atletismo, a canoagem ou o judo, que já deram várias medalhas em edições anteriores, voltam a perfilar-se como as modalidade­s com melhores argumentos. Mas a estes pode-se juntar ainda o andebol, o ciclismo, o skate, o surf ou a vela. No atletismo, Pedro Pichardo (triplo salto), Auriol Dongmo (peso) ou Patrícia Mamona (salto em compriment­o) – trio que se sagrou campeão europeu de pista coberta este ano – são os destaques, mas há ainda o experiente Nélson Évora, campeão em 2008. “Acredito em bons resultados no atletismo e temos cerca de seis atletas que poderão ambicionar chegar às medalhas. Agora, não podemos exigir pódios porque há muita competitiv­idade. Temos de apoiar os nossos atletas, que vão dar tudo pelo país”, sublinha Aurora Cunha, olímpica em 1984.

Melhor geração do judo

No judo, como não podia deixar de ser, Telma Monteiro (-57 kg) aspira a repetir a medalha de 2016 – foi bronze no Rio –, mas o principal candidato será mesmo Jorge Fonseca (-100 kg), atual bicampeão mundial. “Considero a Seleção de judo a mais favorita nestes Jogos. É uma das federações com grandes pretensões à conquista de medalhas. Esta é a melhor geração de sempre, com um bicampeão mundial (Jorge Fonseca), uma campeã europeia e medalha de bronze nos Jogos de há cinco anos (Telma Monteiro) e vários judocas multimedal­hados em Mundiais e Europeus. Temos também jovens como a Patrícia Sampaio, e ainda a Rochele Nunes e a Bárbara Timo vieram do Brasil para dar qualidade à Seleção”, frisa Nuno Delgado, bronze nos Jogos de 2000.

Canoístas experiente­s

Já na canoagem, Fernando Pimenta – medalha de prata em Londres’2012 no K2 com Emanuel Silva – volta a tentar regressar a um pódio em K1, com o K4 formado por Emanuel, João Ribeiro, David Varela e Messias Baptista a ser outra das esperanças. E apesar da veterania, José Garcia aposta em Pimenta, mesmo com este a enfrentar rivais mais jovens e poderosos. “Os Jogos são sempre os Jogos. Ser-se mais novo pode ser um contratemp­o, o mais experiente poderá lidar melhor com a corrida, e o Fernando

tem isso a seu favor”, alerta o antigo canoísta olímpico (6.º em Barcelona’1992), lembrando ainda Teresa Portela e Joana Vasconcelo­s: “Desde Londres que têm sido finalistas, acredito que também o podem ser em Tóquio, e na final tudo pode acontecer.”

Nova geração na vela

Outra modalidade que já deu várias medalhas é a vela (duas de prata e duas de bronze). E, desta vez, as atenções estão centradas nos irmãos Diogo e Pedro Costa. “São vice-campeões do Mundo de 470. Talvez eles não assumam o favoritism­o, mas acredito muito que eles possam fazer um top-5”, diz Gustavo Lima, velejador que esteve em cinco Jogos.

ATLETISMO, JUDO, CANOAGEM, ANDEBOL, CICLISMO, JUDO, SKATE OU SURF CONTAM COM MUITOS E BONS ARGUMENTOS

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À PROVA. João Almeida tem brilhado ao serviço da Deceuninck

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