Aprender a amar
çOs jogadores da seleção inglesa Rashford, Saka e Sancho foram alvo de insultos racistas nas redes sociais depois de terem falhado a marcação dos penáltis na final do Euro’2020.
O desânimo, frustração e raiva causados
por uma derrota traduzem-se com frequência em agressividade que pode ser dirigida a árbitros, treinadores, dirigentes, jogadores, adeptos de outros clubes, bens materiais, e pode mesmo gerar violência doméstica.
Quando as pessoas são agredidas pela cor da sua pele,
isto pode resultar em perdas de saúde física, psicológica e nos relacionamentos, tendo sido observadas reações de stresse traumático, baixa auto-estima e hipertensão.
OLHAR PARA AS PESSOAS COMO INDIVÍDUOS E NÃO COMO ELEMENTOS DE UM CLÃ IDENTITÁRIO
Não é de esperar que estes atletas desenvolvam reações traumáticas pois dispõem de apoio psicológico, quer na seleção inglesa, que em resultado dos sucessivos desaires desportivos contratou dois psicólogos, quer nos seus clubes.
Foi também importante a convergência na rejeição
pública do racismo, com tomadas de posição da família real britânica, do primeiro-ministro inglês, dos clubes de origem e dos adeptos, proporcionando um apoio social significativo aos atletas.
Os planos europeus e nacionais de combate ao racismo
foram reforçados. O poeta Rainer Rilke disse que não sabemos amar, temos que aprendê-lo. É fundamental que se promova a proximidade e se encoraje a amizade de comunidades diferentes para que se possa começar a olhar para as pessoas como indivíduos e não como elementos de um clã identitário.