Record (Portugal)

“ESTOU A JOGAR BE M E SINTO-ME CONFIANTE”

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Fica desiludido por não poder contar com público presente nos duelos em Tóquio? E logo num país onde a modalidade do ténis de mesa tem tanta fama...

MARCOS FREITAS – Se me perguntass­e isso há dois anos, eu diria que sim. Aliás, nem acreditava que seria possível. Agora, tendo em conta que estamos numa pandemia e que o mais importante é a segurança de todos, compreendo. Inclusive, já participei em várias competiçõe­s neste último ano em formato bolha e sem público. Aceito e sei que é normal. Tem sido feito um grande esforço para que possam ocorrer os Jogos e para que estejamos todos em segurança.

Sente-se muito a ausência de público no ténis de mesa?

MF – É sempre bom termos pessoas a apoiar-nos. Estávamos habituados a ter público presente nas

provas internacio­nais. Além disso, também estávamos habituados aquele ambiente de haver vários jogos ao mesmo tempo. Não estamos a jogar sozinhos normalment­e. Por isso mesmo, havia aquele barulho e euforia. É sempre muito bom contar com aquela força extra, mas estamos numa pandemia. É mais seguro assim para todos. Já tivemos experiênci­as noutras provas sem adeptos e, assim sendo, penso que não será nada de novo...

Com as regras impostas devido à pandemia, no ténis de mesa não se pode passar a mão pela mesa nem soprar a bola, tiques normais dos atletas. Isso faz muita diferença para os jogadores? É difícil perder esse hábito?

MF – Isso realmente é uma boa pergunta, porque, no meu caso, é muito difícil conseguir mudar esses tiques. Nós já fazemos isso há imensos anos e agora é muito difícil alterar... Nas últimas duas ou três provas que joguei já era proibido limpar a mão na mesa. Algo que os jogadores o fazem em quase todos os pontos, pois realmente transpiram­os muito da mão, estamos a agarrar na raquete ou há algum nervosismo. Para servir precisamos de ter a mão muito seca para agarrar bem na raquete e dar efeito na bola. Mudar os hábitos com esta nova regra é muito difícil. O último Europeu que joguei, há duas semanas na Polónia, foi a primeira prova em que não levei qualquer cartão amarelo por passar a mão em cima da mesa [risos]. Nas provas antes, sem querer, acabei por fazê-lo sem pensar. Também tentei implementa­r isso em todos os treinos e evito limpar a mão na mesa. Óbvio que leva algum tempo, mas vamos ver se nos Jogos consigo lembrar-me desse pormenor e corre tudo bem.

Recentemen­te teve uma boa participaç­ão no Europeu, ao conquistar a medalha de bronze. Serve como motivação para os Jogos?

“COM PÚBLICO HAVIA AQUELE BARULHO E EUFORIA. É SEMPRE BOM CONTAR COM FORÇA EXTRA, MAS ESTAMOS NUMA PANDEMIA”

MF – O pódio num Europeu é sempre um bom resultado e muito difí

cil. Foi a última prova antes do Jogos Olímpicos, algo importante para dar essa tal confiança. Num ano de pandemia em que praticamen­te não houve provas, ainda tem outro peso. Por isso, é sempre positivo ter um resultado tão bom.

O torneio correu-me bastante bem e dá-me aquela motivação extra. Claro que os Jogos são diferentes. É uma prova mais global. Mas estou a jogar bem e sinto-me confiante. Não tenho qualquer lesão. Quero estar bem preparado.

Chega no melhor momento de forma da carreira?

MF – Estou num dos meus melhores momentos, de certeza. Agora, é difícil dizer se é o melhor... Por exemplo, há cinco anos, consegui um 5º lugar, que é um grande resultado, e estava num momento incrível. Neste momento, sinto-me forte e o estágio correu bastante bem, sem problemas físicos. Agora, é descansar, trabalhar, ambientar-me bem ao recinto de jogo e dar o máximo! Ir jogo a jogo e fazer um bom resultado para Portugal.

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