“Tecido associativo precisa apoio público”
Manuel Constantino, presidente do COP, alarmado com impacto da pandemia no setor
É de 595 milhões de euros o valor estimado da quebra, em valor acrescentado bruto, no tecido do desporto nacional em 2020, cujo impacto provocado pela pandemia traduz-se numa redução em 12%, comparativamente ao ano de 2019, para além da perda de 16 mil postos de trabalho. As conclusões são da consultora PwC, que realizou um estudo patrocinado pelo Comité Olímpico de Portugal (COP), Comité Paralímpico (CPP) e Confederação do Desporto (CDP). José Manuel Constantino, presidente do COP, alertou, numa sessão que decorreu ontem na Tribuna de Honra do Centro Desportivo Nacional do Jamor, para o défice que afeta a sustentabilidade do desporto no País: “Os impactos mais severos foram no tecido associativo de
ESTUDO REVELA QUEBRA DE 595 MILHÕES DE EUROS (12%) EM RELAÇÃO A 2019 E UMA PERDA DE 16 MIL POSTOS DE TRABALHO
base, como são os clubes, nas organizações com menos capacidade económica e técnica. Foram os que mais sofreram e são os que, maioritariamente, precisam de apoios públicos para poderem sobreviver, recuperar e desenvolver as actividades.” Também Carlos Paula Cardoso,
presidente da CDP, afirmou que o desporto, ainda não recuperado financeiramente do período de 2011/2013, voltou a estar sujeito a cortes, além de ter sofrido um aumento de custos, com testes, vacinas, um acréscimo muito grande, nomeadamente em modalidades de combate, um acréscimo estrondoso”, sustentou o dirigente.
Já José Manuel Lourenço, presidente do CPP, alinhou pelo mesmo diapasão: “O estudo simboliza a discriminação do desporto. O problema atingiu quem não tem voz, os clubes e movimento associativo mais pequeno, não o alto rendimento. O impacto terá reflexos nos próximos anos.”
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