ANTÓNIO OLIVEIRA
BRONZE: O jovem técnico, de 38 anos, está em grande no Brasil. O seu trabalho no Athléti- co Paranaense já convenceu os mais céticos e o português demonstra grande confiança em entrevista a Record.
Ter sido adjunto de Jesualdo Ferreira no Santos ajudou-o a assumir o comando do Athletico?
AO – Sem dúvida! A passagem pelo Santos ajudou as pessoas a conhecerem-me. Não caí de paraquedas no Athletico. A passagem pelo Santos permitiu-me conhecer um pouco o futebol brasileiro.
A CBF demorou a autorizá-lo a sentar-se no banco. Isso influenciou a sua forma de dirigir a equipa?
AO – Nada! Quando acreditamos naquilo que somos e fazemos, nada nos desvia do trabalho.
Os clubes brasileiros têm olhado muito para os treinadores portugueses. Isso é positivo?
AO – Sim. Mas têm que trazer os bons. Não podemos virar moda só por sermos portugueses. Há bons e maus em todo o lado. Quando me perguntam pelos portugueses... digo sempre: tragam, mas tragam os bons para não estragar. Existem também ótimos treinadores brasileiros, espanhóis. Não é necessário monopolizar, embora os portugueses tenham grande qualidade.
Porque é o treinador luso tão reconhecido hoje em dia?
AO – A grande vantagem do treinador português é a adaptabilidade. Com pouco... consegue fazer muito. É minucioso e está bem preparado estrategicamente. Arranja soluções!
Qual é a importância para os outros portugueses da passagem de Jorge Jesus pelo Brasil ?
AO – Ele foi, é e sempre será um ícone do Flamengo. O trabalho dele foi ótimo e abriu o apetite aos dirigentes dos clubes brasileiros. Abriu-nos muitas portas.
O Brasileirão é realmente uma competição difícil?
AO – É um campeonato muito difícil e equilibrado. São poucas as ligas que tenham oito a dez clubes a lutar pelo topo da tabela. Além disso, existe o problema de o espaço entre as competições ser bastante curto. O calendário brasileiro é muito desafiante, mas não faço disso uma desculpa. Não concordo com as regras, mas tenho que encontrar soluções e não arranjar desculpas.
O Athletico está bem posicionado em todas as competições. O que podem os fãs esperar?
AO – O que quero instituir no clube é a cultura de vitória, fazer com que ela seja encarada de forma normal. Chegaram a dizer que seríamos despromovidos, mas hoje ocupamos uma posição de topo [5.º lugar] no Brasileirão. Esse desequilíbrio de opiniões mexe comigo. Pela estrutura que tem, o Athletico não pode mais ser encarado como surpresa.
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