“Detenção de Vieira não foi surpresa para mim”
Presidente do Sporting recordou ainda o caso Apito Dourado com farpa direta a Pinto da Costa
Frederico Varandas mostrou-se nada surpreendido com a detenção do ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, no âmbito da operação Cartão Vermelho. “Vieira? Não foi surpresa. Nem para mim nem para ninguém, e é justamente isso que descredibiliza a Justiça”, começou por dizer o líder do Sporting, em entrevista à revista E do ‘Expresso’. Mais tarde, em conferência de imprensa, Rúben Amorim, que enquanto jogador passou vários anos na Luz, também abordou o tema: “Sempre tive relação muito boa com Luís Filipe Vieira. É triste viver estes momentos, falo em nome do futebol português. É sempre mau ser falado por estes motivos.” Voltando a Varandas, as críticas alastraram-se ao funcionamento da Justiça, não só em relação a Vieira, mas também ao homólogo do FC Porto, Pinto da Costa, desta feita em alusão ao caso Apito Dourado. “Não sou jurista, mas percebo que faça muita confusão a qualquer português que um presidente de um clube - falo de Pinto da Costa, não temo dizer o seu nome - seja apanhado em escutas a oferecer
serviços de prostituição a um árbitro! Ou seja, a corromper um árbitro. Mas dado que as escutas não foram aceites pelos tribunais, ignoram-se. Isto entra na cabeça de algum português? Mas depois, se essa pessoa tem ‘n’ títulos, é respeitada, porque ganhou. Mas ganhou como? Assim? Isso não entra nos meus valores... Se for assim, não pode dirigir nenhum clube do País”, reforçou, apontando relações “institucionais” com os presidentes dos rivais. Até porque, garante, é preciso separar as águas. “Tenhodeterainteligên
cia e a humildade de nunca confundir essas duas grandes instituições que são o Benfica e o FC Porto com as pessoas que os dirigem. Respeito muito os adeptos e sócios dos rivais”, acrescentou.
Imune a “ameaças”
Quase três anos após ter sido eleito, então a 9 de setembro de 2018, Varandas lembrou as primeiras palavras que dirigiu ao seu Conselho Diretivo. “Disse-lhes: ‘Isto vai ser um mandato duríssimo, não seremos aqui mais uma direção, mas aquela que vai cortar o mal pela raiz’”, revelou.
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