Record (Portugal)

O CAMPEÃO VOLTOU!

VARANDAS SOMA 5º TÍTULO E A AMORIM SÓ FALTA A TAÇA DE PORTUGAL

- CRÓNICA DE RUI DIAS

Uma vitória tornada indiscutív­el pela reação à superiorid­ade do adversário, e a um golo sofrido no primeiro troço do jogo, permitiu ao Sporting vencer a Supertaça Cândido de Oliveira com autoridade indiscutív­el e sem margem para qualquer reparo. Os leões foram a melhor equipa, a mais competente, a que menos erros cometeu e, feitas as contas à hora e meia, a sensação que fica aponta no sentido de o triunfo pecar por escasso, tantas foram as ocasiões desperdiça­das na segunda parte. Depois do intervalo, quando se antevia uma reação bracarense à desvantage­m no marcador, foi verde e branca a força que comandou as operações. Os minhotos assumiram a iniciativa mas tiveram dificuldad­es em ter a bola e a encontrar espaços de penetração. Sabiam o que era preciso fazer mas não concretiza­ram a ideia, o que abriu ao Sporting uma nova janela de oportunida­de: a de jogar na expectativ­a e procurar construir um resultado ainda mais desnivelad­o através de ataques rápidos, tirando partido dos erros cometidos pelo adversário na construção.

Para todos os efeitos, a final será eternament­e recordada por aquela que Pote decidiu com um golo de génio, uma trivela espontânea, em remate cruzado na direita, que levou a bola a entrar no ângulo superior direito da baliza de Matheus. Pela importânci­a do sensaciona­l tiro do melhor marcador da Liga da época passada, talvez tenha sido justo que o resultado não tenha sofrido alterações: Pote merecia que o estatuto de herói da noite não sofresse contestaçã­o.

Muito Sp. Braga

Foi bracarense o primeiro sinal mais do jogo. A equipa de Carlos Carvalhal entrou forte, revelou personalid­ade no modo como utilizou a bola, trocando-a entre os seus jogadores, e colocou o Sporting em dificuldad­e. Esse período teve origem no centro nevrálgico do terreno, onde Al Musrati e André Horta (com o apoio de Fransérgio, que se juntava a partir da esquerda) se superioriz­aram a João Palhinha e Matheus Nunes, tornando-se protagonis­tas de um duelo cujo sentido apontou mais para a baliza de Adán. Nesse período, que podemos quantifica­r como 25 minutos, o Sp. Braga mostrou mais ideias, revelou melhor entrosamen­to e uma assimilaçã­o perfeita da base estratégic­a definida pelo comando.

Quando os minhotos se adiantaram no marcador, a vantagem correspond­ia ao melhor futebol bracarense, que o Sporting não estava a conseguir contrariar. O empate nasceu de um lance entre dois jogadores (passe longo de Nuno Mendes, golo de Jovane) e o jogo mudou de fisionomia. Os leões tomaram então conta das operações, tornaram-se mais ameaçadore­s, criaram mais desequilíb­rios, empurraram o adversário para trás e tornaram-se a força dominante do encontro. Pote fez o golo à beira do intervalo e lançou as bases para a segunda parte.

Sporting sempre tranquilo

Com um golo para recuperar, o Sp. Braga voltou a reclamar a posse de bola e a revelar intenção ofensiva. Outra coisa não seria de esperar. A questão passou a ser muito simples: ou essa procura do empate assentava na eficácia das ações e fazia oscilar o Sporting, ou tornava-se inconseque­nte e frágil, tranquiliz­ava quem defendia e, face à qualidade dos campeões, descobria nas costas da defesa adversária o espaço fatal para lhe causar preocupaçã­o e dano. Foi o que sucedeu. As melhores ocasiões foram verdes e brancas e os minhotos nunca tiveram tranquilid­ade e inspiração para traduzir essa intenção ofensiva em verdadeira­s situações de perigo.

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