JOVENS DRAGÕES RUGIRAM AO LYON
“Foi treino de espetáculo mas sem o rigor que pretendo”
çO FC Porto realizou um derradeiro ensaio muito produtivo contra o Lyon, em duelo que tanto deu para realçar notas de verdadeiro espectáculo como identificar sinais de alerta que terão de ser levados em conta. O triunfo por 5-3 comprovou um poder de explosão que deixa água na boca para o arranque da temporada oficial, sossegando as dúvidas que a saída de Marega poderia suscitar, mas o material de análise ao qual Sérgio Conceição dará atenção prioritária vai seguramente centrar-se na invulgar quantidade de abébias concedidas por toda a equipa na sua organização defensiva. Em suma, a vitória deveria ter sido muito mais fácil, mas também é verdade que, para além dos três golos que concretizou, o conjunto francês ainda explorou mais algumas facilidades que os azuis e brancos concederam, tendo ficado a dever a Diogo Costa, Marchesín, à trave e a si próprios a incapacidade para causar mais alguns problemas. Tendo em conta a vontade de Conceição em mudar a agulha em relação a 2020/21, recuperando a blindagem defensiva dos seus primeiros anos no Dragão, se calhar ainda há alguma pedra para partir no Olival. Perante isto, há que ter igualmente a consciência de que o técnico portista alterou profundamente o onze que vinha apresentando nos jogos-treino um registo próximo do que seria a sua face oficial. Em relação à Roma restaram Diogo Costa, Mbemba e Sérgio Oliveira, até porque a distribuição de minutos é um pilar da pré-época. A grande novidade foi mesmo a qualidade da exibição de Fábio Vieira, que numa altura de contenção no mercado demonstrou que o aproveitamente de um criativo a jogar perto do ponta-de-lança pode transmitir uma variabilidade impressionante à manobra do FC Porto. Com Vitinha a destrocar no meio-campo e Francisco Conceição a demonstrar que consegue ser interventivo também na pele de titular, a juventude rebelde azul e branca mostrou a sua qualidade. Isto com o agora hipervalorizado Luis Díaz a mostrar-se e até Zaidu a fazer lembrar os melhores momentos da época passada. Perante isto, não fez mal nenhum um penálti logo ao segundo minuto que Sérgio Oliveira capitalizou para uma vantagem que Fábio Vieira alargou com um grande golo após combinação que envolveu Díaz e Francisco Conceição.
Surgiram então os contratempos defensivos perante os quais o maior condão do FC Porto foi nunca ter perdido o foco. Golo de Pepe, grande tiro de Toni Martínez e recuperação e disparo de Taremi foram a expressão desse desejo de vencer.
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VARIABILIDADE ALCANÇADA COM FÁBIO VIEIRA A FAZER AS VEZES DE AVANÇADO CRIOU DINÂMICA SUPERIOR