Record (Portugal)

Idade não tira fome de golos

Após uma época complicada devido a lesões, os artilheiro­s encontrara­m no Torreense um clube que acredita tanto neles como os próprios..., que dizem ter ainda muito para dar

- TEXTOS PEDRO FILIPE PINTO FOTOS FERNANDO FERREIRA

çO Torreense vai ter um dos ataques mais entusiasma­ntes do país. Edinho e Mateus são caras bem conhecidas do futebol português e encontrara­m neste emblema histórico a casa perfeita para, no fundo, relançarem a carreira depois de uma temporada complicada para ambos devido a problemas com lesões. O Show Man, de 39 anos, e a Pantera, de 37, acreditam que ainda têm muito para dar e a fome de golos não desaparece. Daúto Faquirá e o clube de Torres Vedras assim o esperam.

“Este era o desafio que procurava. Com a minha lesão, tive muito tempo para pensar quais seriam os projetos que fizessem com que a minha chama continuass­e acesa. E quando fui contactado pelo Torreense fiquei extremamen­te motivado. O futebolist­a tem de se colocar sempre em causa, para não entrarmos na zona de conforto. Este acaba por ser o maior desafio da minha carreira”, atirou Edinho, com Mateus a admitir que a Liga 3 nunca foi a sua primeira opção, mas... :“Sinceramen­te, ao princípio não era o desafio que estava à procura. Tinha a perspetiva de continuar mais acima. Fiquei à espera de propostas, mas acabei por ouvir muitas coisas de que não estava à espera. Vi neste projeto o sítio certo dar a volta e mostrar que ainda estou no pleno das minhas capacidade­s. Eu se calhar queria outra coisa, mas apareceu-me esta, como se costuma dizer. Deus escreve direito por linhas tortas. O meu desafio é demonstrar a mim e a toda a gente que ainda estou aí para as curvas. Vim para fazer a diferença, ajudar a equipa.” É verdade que, pelo que estes dois jogadores nos contaram, houve muitas equipas que os olharam de lado por causa da idade, mas os próprios garantem que, à medida que envelhecem, a fome de golos aumenta. “Eu espero que o Mateus chegue aos 20 golos e acho que está ao alcance dele”, atirou Edinho, o mais experiente dos dois, com Mateus a entregar o prémio de melhor marcador ao amigo: “Se eu for aos 20, ele vai aos 25 de certeza!” Se os goleadores conseguire­m mesmo chegar a estes números que profetizam um ao outro, seria uma ótima notícia para o Torreense, porque seria meio caminho andado para a subida à Liga 2.

Teste de fogo a abrir

A promoção ao segundo escalão é o grande objetivo e a primeira jornada será logo um teste de fogo. O Torreense recebe a U.

Leiria e Mateus criou logo o cenário perfeito. “Ganhar com golos nossos”, atirou, com Edinho a ser mais cerebral. “É um adversário direto. Vai lutar para subir, mas é bom apanhá-los logo de início para ser um bom teste àquilo que temos vindo a trabalhar. Ganhando o primeiro jogo não seremos os melhores e, se o perdermos, não vamos ser os piores. Queremos é marcar a nossa posição desde início”, prometeu, com o companheir­o a lembrar o episódio especial frente aos leirienses: “Lembro-me de um jogo em 2009, quando eu estava no Nacional. O nosso treinador era o Manuel Machado, mas ele teve de fazer uma cirurgia, ficou mesmo às portas da morte e foi o adjunto que esteve nessa partida. Não me lembro do resultado, mas aquela vitória foi para ele!” É verdade que ainda têm de atingir este primeiro objetivo subir à Liga 2, mas, sem os apressar a pendurarem as chuteiras, per

“O MEU DESAFIO É DEMONSTRAR A MIM E A TODA A GENTE QUE AINDA ESTOU AÍ PARA AS CURVAS”, GARANTE MATEUS

guntámos se recolocar o Torreense na 1.ª Liga seria a forma perfeita de terminar a carreira. “Não estás? Olha que parece”, brincou Mateus. “Sem sombra de dúvidas que seria o culminar de uma carreira linda da qual já sou grato da

“NÃO VIEMOS PARA AQUI FAZER NÚMERO, POIS SABEMOS QUE AINDA PODEMOS FAZER A DIFERENÇA”, DISPARA EDINHO

bênção de ter conseguido chegar até aqui e fazer o que eu gosto com o máximo de saúde. Ter essa felicidade de conseguir chegar com o Torreense à 1ª Liga seria a cereja no topo do bolo”, salientou o Show Man, com o angolano, que de Torres Vedras só conhecia o Carnaval “e pela televisão”, a partilhar a mesma opinião: “Também sou muito feliz e estou grato, não me arrependo de nada da minha carreira, não faria nada de diferente. Estou de consciênci­a tranquila, dei sempre o máximo em todos os clubes por onde passei e venho para aqui para dar o máximo. Se conseguir o objetivo que projetamos, que é subir de divisão e depois, meter o Torreense na 1ª Liga, seria, como o Edinho disse, a cereja no topo do bolo.”

Liderança

Vão ser novos na equipa, mas, por tudo o que representa­m no futebol nacional, vão ter o papel de liderar o balneário. Edinho foi o primeiro dos dois a chegar e garante que sente isso desde o primeiro dia. “É óbvio que têm respeito pela nossa carreira, pela nossa experiênci­a e sobretudo porque sabem que podemos ajudar. Nós não viemos para aqui para fazer número, aceitámos este desafio porque é um projeto aliciante e porque sabemos que podemos fazer a diferença. O clube aponta a divisões superiores e nós também”, rematou.

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