Eva Carneiro está de volta
Durante muito tempo a galáxia do futebol procurou saber quem era a fisioterapeuta do Chelsea, que a cada entrada em campo motivava cânticos nas bancadas e despertava os olhares atentos de muitos homens e mulheres. De Eva Carneiro se disse que era portuguesa e, mais tarde, que era filha de portugueses, tornando-se dona do ‘segredo’ mais bem guardado do futebol europeu. Depois lá se percebeu que apenas tinha vindo passar umas férias a Portugal, confirmando-se que não é por se usar gabardina que se é amante de Cruyff e que por se ter um nome de fácil pronúncia não se é português. A fisioterapeuta era, afinal, filha de pai espanhol e mãe inglesa e, de forma sucinta, toda a gente ficou a saber quem era depois de estar metida numa embrulhada de todo o tamanho, que terminou com o seu afastamento do futebol.
Do lado de lá da corda estava um dos homens mais influentes do mundo do futebol. José Mourinho definiu-a como “ingénua e impulsiva”, justificando-se assim depois da polémica reação aquando da entrada em campo da equipa médica para assistir o belga Eden Hazard, num momento muito pouco oportuno, que deixou a equipa londrina reduzida a nove jogadores num encontro em que o todo-poderoso Chelsea acabaria por empatar. O incidente entre ambos remonta a agosto de 2015. Pouco depois, a médica deixou de acompanhar a equipa e mais tarde deixou o clube. Eva Carneiro alega ter sido alvo de discriminação sexual por parte do técnico português, enquanto o próprio explicava não estar satisfeito porque “mesmo sendo médica, há que saber ler um jogo”. Trocas de ‘galhardetes’e processos em tribunais – movidos pela antiga fisioterapeuta dos ‘blues’ contra o clube, por alegado despedimento ilegal – deram no acordo entre as partes com termos até hoje ainda completamente desconhecidos.
MÉDICA TEVE PROBLEMA COM JOSÉ MOURINHO EM 2015 E OBRIGOU FUTEBOL A PENSAR NO PAPEL DAS MULHERES
Certo é que passaram-se seis anos... e só com o Euro’2020 Eva terá feito as ‘pazes’ com o futebol, com quem admitiu estar “zangada” antes de se despedir. “Volto a desfrutar de futebol”, escreveu, no Twitter, depois do Inglaterra-Dinamarca das meias-finais da prova.
Será que o futebol já está preparado para a ‘intromissão’ das mulheres em cargos técnicos e também como elementos das equipas médicas? Um tema recorrente e para o qual tentámos encontrar (novamente) respostas. Catarina Bajanca, antiga futebolista e atual fisioterapeuta no Benfica Lab., onde se encarrega da monitorização das equipas seniores masculinas das modalidades de pavilhão, esteve a conversa connosco e garante que “ainda há um longo caminho a percorrer”, revelando-nos ainda como lida com o tema no dia-a-dia. Leia o artigo Premium completo sobre este tema no Record Online.