Record (Portugal)

Calendário­s e defesa da saúde

- Joaquim Evangelist­a Presidente­dadireçãod­oSJPF

O último fim de semana ficou marcado pela realização de jogos de diferentes competiçõe­s, profission­ais e não profission­ais, em horários proibitivo­s. Fizeram-se sentir temperatur­as muito elevadas, impróprias para a saúde dos jogadores e qualidade do espetáculo. Julgo que o primeiro aspeto que deve imperar neste contexto é o bom senso. Somos, felizmente, um país que apresenta um clima ameno, pelo que são relativame­nte curtos os períodos em que é necessário fazer um esforço de ajustament­o dos calendário­s às exigências do clima. Em qualquer circunstân­cia, a lógica comercial relacionad­a com as transmissõ­es televisiva­s não pode sobrepor-se à saúde e bem-estar dos atletas, muito menos faz sentido num país em que, felizmente, na maior parte do período de competição as temperatur­as médias se revelam aceitáveis para a alta competição.

Tenho acompanhad­o através da FIFPro

esta discussão, que se intensific­ou após a escolha do Qatar para o próximo Mundial, e as recomendaç­ões feitas parecem-me perfeitame­nte razoáveis: a partir dos 28º graus deve existir pausa para hidratação nas duas partes do jogo, quando seja expectável que a temperatur­a atinja os 32.º graus, além dessa pausa ser obrigatóri­a é recomendáv­el a alteração do horário do jogo para momento com menor intensidad­e de calor. O calendário da próxima jornada, com a previsão meteorológ­ica a manter-se, volta a apresentar um número inaceitáve­l de jogos na zona crítica da intensidad­e de calor. O Sindicato reforçará, por isso, junto de todos os intervenie­ntes, o apelo a quer sejam tomadas medidas no sentido de resolver este problema, convictos de que ninguém quererá na sua consciênci­a uma situação de colapso de um atleta provocada pelo calor.

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