Tempo certo
Calor em agosto não é propriamente uma novidade, mas foram precisos alguns jogos sob um sol escaldante para que jogadores e treinadores questionassem os horários das competições profissionais. É uma discussão que deve ser feita, envolvendo todas as partes interessadas no tema, mas como quase sempre em Portugal, surge fora de tempo.
Os clubes nacionais estão dependentes dos dinheiros da televisão como poucos na Europa. Aliás, tirando as exceções do costume, praticamente todos eles seriam bons negócios mesmo sem adeptos – as receitas de TV, num ano normal, cobrem quase todos os custos; o que sobrar facilmente se compensa com uma transferência no verão. Quando são colocados milhões de euros em cima da mesa (os contratos mais baixos na Liga são de 3,5 milhões de euros por ano), os horários passam a ser um pormenor sem grande importância. Quem paga tanto quer, obviamente, rentabilizar o seu produto, espalhando os jogos por vários horários e dias, e evitando que choquem com as principais partidas das maiores ligas.
Vamos lá falar de horários no futebol. Temos é de o fazer no mesmo momento em que falamos da venda dos direitos de transmissão – e não só.