Benfica a votos
O processo eleitoral no Benfica nasce inquinado e os oposicionistas aos atuais órgãos sociais têm grande parte de razão nas reclamações tornadas públicas. Há pouco tempo para organizar listas, alinhavar programas, perspetivar campanhas e, em alguns casos, retocar projetos. Além disso, as regras do jogo só serão verdadeiramente conhecidas na AG de dia 17, dentro de duas semanas, portanto. Em termos práticos, as eleições de dia 9 de outubro têm um vencedor anunciado. A vida de Rui Costa está facilitada.
O atual e, provavelmente,
futuro presidente do Benfica nunca escondeu, no entanto, a intenção de ser legitimado pelos sócios. Apesar da oficialização tardia – só anteontem é que houve as demissões que possibilitaram a marcação do ato eleitoral para pouco mais de um mês depois –, a expressão “não quero ser príncipe herdeiro” foi proferida em tempo útil, possibilitando que os mais atentos se colocassem imediatamente em campo. Ou seja, há, neste processo, factos indesmentíveis mas que também acabam por servir de desculpa. Os primeiros meses de Rui Costa na presidência dos encarnados terão esvaziado os argumentos dos oposicionistas. Uma coisa é enfrentar Luís Filipe Vieira com maus resultados desportivos e com as trapalhadas judiciais. Outra, bem diferente, é enfrentar um símbolo do clube com um percurso curto mas cem por cento vitorioso.