Em qualquer estação do ano
COMO IMAGEM DA SEMANA, A ESCOLHA RECAI NAQUELE PRECISO E PRECIOSO INSTANTE EM QUE JOÃO MÁRIO SE DESLIGA DA CELEBRAÇÃO COLETIVA DO GOLO COM QUE O BENFICA GARANTIU O TRIUNFO SOBRE O TONDELA E OLHA DIRETAMENTE PARA A CÂMARA COMO QUEM DIZ: OLÁ!
çEstes compromissos da Seleção vieram interromper o curso do campeonato sabendo-se que a prova será retomada com um clássico, um Sporting-FC Porto, que tem importância igual à de todos os clássicos. Uma importância enorme em qualquer estação do ano. Os adeptos dividem-se agora nos seus julgamentos sobre as convocatórias de Fernando Santos, uns felicitando-se pelo número de jogadores que as suas respetivas equipas conseguem meter na Seleção, outros temendo que os seus jogadores regressem da Seleção em má forma, outros despreocupando-se porque ou não têm jogadores na Seleção ou foram todos mandados para casa à conta de mazelas.
Importante foi a vitória
sobre a Irlanda que esteve mesmo para não acontecer, o que complicaria as hipóteses de qualificação de Portugal para o Mundial’2022,
coisa inadmissível tendo em conta que nunca a nossa Seleção dispôs de um conjunto de jogadores tão excecionais. Há razões para sermos otimistas agora que a equipa nacional pode, finalmente, caprichar num futebol mais coletivo já que Cristiano Ronaldo ultrapassou o recorde do iraniano Ali Daei e recebeu o certificado do Guiness que o consagra como o maior goleador “masculino” da histó- ria das seleções. No cômputo geral entre os praticantes de ambos os sexos, de acordo com a FIFA, Ronaldo está a um golo
RONALDO ESTÁ AGORA A 76 GOLOS DA MARCA DA CANADIANA CHRISTINE SINCLAIR
de distância da marca da brasi- leira Marta (112 golos em 163 jogos) e a uns inalcançáveis 76 golos de distância da goleadora canadiana Christine Sinclair (187 golos em 303 jogos). Seria excelente, para as ambições legítimas da nossa Seleção, não ter como prioritária a ultrapassagem do registo da senhora Sinclair por parte do seu capitão porque senão nunca mais se começa a jogar à bola. Já ultrapassar a Marta parece, francamente, canja.
O fecho do mercado
não teve nada de astronómico para o futebol português. É a sina da periferia em tempos de contenção. Do Benfica foi-se embora Vinícius rumo ao PSV, onde marcará, certamente, muitos golos porque é para isso mesmo que o campeonato holandês serve. O Benfica fez bem em só tratar da situação de Carlos Vinícius depois de ter resolvido com o mesmo PSV a eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões porque é sina sua, sina do Benfica, sofrer golos dos jogadores que vende ou que dispensa ou que empresta, como foi, no ano passado, o caso de Zivkovic que seguiu da Luz para o PAOK e mais do que a tempo de marcar pelos gregos o golo que afastou o Benfica da última edição da Liga dos Campeões. Sempre se aprendeu alguma coisa.
Como imagem da semana,
a escolha recai naquele preciso e precioso instante em que João Mário se desliga da celebração coletiva do golo do Benfica que garantiu o triunfo sobre o Tondela e olha diretamente para a câmara como quem diz: Olá!